Entidades protocolam pedido de cassação de vereadores suspensos

Entidades protocolam pedido de cassação de vereadores suspensos

Nove vereadores estão afastados de suas funções desde o dia 1º de setembro, denunciados pela Operação Sevandija, que apura vários crimes

Várias entidades da sociedade civil protocolaram na tarde desta terça-feira, 27, um pedido de comissão processante para cassação do mandato dos nove vereadores que estão suspensos de suas funções públicas e proibidos de frequentar a Câmara Municipal e outras repartições municipais desde o dia 1º de setembro.

Estão suspensos os vereadores Bebé (PSD), Capela Novas (PPS), Cícero Gomes da Silva (PMDB), Genivaldo Gomes (PSD), Giló (PTB), Maurílio Romano (PP), Samuel Zanferdini (PSD), Saulo Rodrigues e Walter Gomes (PTB). Eles são acusados de apoiar o governo da prefeita Dárcy Vera (PSD) em troca de indicações para contratações na empresa Atmosphera, que empregava terceirizados para trabalhar na prefeitura.

Um dos movimentos que encabeçou a iniciativa foi o Panelaço, que já organizou vários protestos na Câmara. Como o movimento não é pessoa jurídica e nem física, o professor José Elias Domingos assinou como um dos representantes. Outras entidades assinaram o documento, que agora segue para o Conselho de Ética da Câmara, que é quem decide se arquiva o pedido ou abre o processo de cassação.

“Há tempos vínhamos discutindo a possibilidade e hoje protocolamos o pedido, porque há fortes indícios de quebra de decoro parlamentar. Walter Gomes, por exemplo, aparece em gravações negociando emprego para a filha”, disse Jonas Paschoalick, integrante do Panelaço.

Ele se referiu a gravações da Polícia Federal, feitas com autorização da Justiça, em que o vereador conversa com a filha sobre um trabalho terceirizado na prefeitura.

“Ribeirão Preto tem merecido triste destaque na mídia nacional, em razão de escandalosos esquemas de corrupção envolvendo vereadores, autoridades do Poder Executivo e entidades privadas responsáveis pelo desvio de milhões de reais dos cofres públicos municipais”, registra parte do pedido.

O pedido também aponta que os vereadores foram afastados por determinação judicial em razão de fortes indícios de prática de corrupção, evidenciados pela investigação da Operação Sevandija, promovida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) e pela Polícia Federal.

O pedido de comissão processante deve ser lido ainda na sessão desta terça-feira, 27, se chegar à Mesa Diretora, e ser encaminhado ao Conselho de Ética para análise. O conselho se reúne e escolhe um relator para o caso.

Hoje estão participando das sessões da Câmara apenas três dos vereadores integrantes do Conselho – Beto Cangussú (PT), Rodrigo Simões (PDT) e Waldyr Villela (PSD), que é o presidente – porque Saulo Rodrigues e Maurílio Romano estão afastados.


Foto: Guto Silveira

Compartilhar: