Esquema de lavagem de dinheiro continuou após deflagração da Sevandija, diz Gaeco
Para Gaeco e Polícia Federal, mais de R$ 1 milhão foi movimentado após deflagração da Sevandija, em setembro de 2016

Esquema de lavagem de dinheiro continuou após deflagração da Sevandija, diz Gaeco

O advogado Sandro Rovani, que está preso em Tremembé, seria o operador do esquema, de acordo com as investigações

Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, o advogado Sandro Rovani, um dos investigados da Operação Sevandija, continuou operando um esquema de lavagem de dinheiro após a deflagração da operação, em setembro de 2016.

Rovani é um dos alvos da operação Houdini, a quarta fase da Sevandija, que foi deflagrada nesta segunda-feira, 28, pelo Gaeco e pela Polícia Federal, em Ribeirão Preto. O advogado Marcelo Gir Gomes, preso preventivamente nesta segunda-feira, teria participação no esquema e foi acusado pelo Gaeco de realizar a lavagem de dinheiro, além de fraude processual - assim como Rovani, que está preso desde março de 2017.

Além disso, a Polícia Federal também cumpriu quatro mandados de busca e apreensão. Um no escritório do advogado detido, outros na casa de um empresário e na casa de um familiar de Sandro Rovani.

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Os promotores do Gaeco apontam que houve a tentativa de lavagem de dinheiro de mais de R$ 1 milhão após a deflagração da Sevandija. O dinheiro, de acordo com a promotoria, seria lavado para que fosse utilizado pelos investigados no futuro.

“Movimentaram cheques e títulos nominados pelo operador do esquema, Sandro Rovani. Cheques esses vindos do escritório Librandi & Librandi. Os investigados cometeram a ousadia de movimentar mais de R$ 1 milhão depois da operação”, explicou o promotor Leonardo Romanelli.

A Polícia Federal aponta que, no trabalho para se encontrar o destino do dinheiro, foram cruzadas informações bancárias de contas correntes dos investigados, além de informações fiscais dos investigados. “Apreendemos documentos valiosos, que preenchem e comprovam o que estamos investigando”, resumiu o delegado da PF, Edson Souza.

Lavagem de dinheiro

O dinheiro rastreado é referente aos pagamentos realizados pela Prefeitura de Ribeirão Preto como honorários advocatícios de Maria Zuely Librandi. Maria Zuely teria pago propina a agentes públicos, entre eles a ex-prefeita Dárcy Vera, para receber os honorários. De acordo com o Gaeco, foram pagos cerca de R$ 45 milhões.

Segundo o promotor Frederico de Camargo, Sandro Rovani foi o operador do esquema nesta fase da investigação, mesmo após ter sido preso preventivamente na deflagração da Sevandija. Isso, porque Rovani foi beneficiado por uma liminar de habeas corpus, que o libertou da prisão, até voltar a ser detido em março de 2017.

“O esquema vinha de antes. Os cheques começaram transitar ao longo do pagamento de propina. Por alguma razão, alguns cheques não foram apreendidos. Depois da operação, ele armou uma ação para fazer com que esses cheques pudessem ser movimentados. transformados em ativos e, de alguma forma, reverter em favor de Sandro Rovani ou de algumas pessoas que estão envolvidas nesta fase da operação”, explicou o promotor Frederico de Camargo.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Rovani, que está detido em Tremembé, no Vale do Paraíba. No entanto, ainda obteve retorno.


Foto: Leonardo Santos

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