Ex-funcionária da Coderp diz que pensou em fazer delação
Maria Lúcia Pandolfo falou que desistiu da delação após ser convencida pelo advogado, já que se diz inocente

Ex-funcionária da Coderp diz que pensou em fazer delação

Maria Lúcia Pandolfo prestou depoimento nesta quarta-feira, 8, no Fórum de Ribeirão Preto

Em depoimento no Fórum de Ribeirão Preto, nesta quarta-feira, 8, a ex-gerente financeira da Coderp, Maria Lúcia Pandolfo, investigada pela Operação Sevandija, no caso Coderp-Atmosphera, afirmou que no período em que esteve presa, pensou em realizar uma colaboração premiada.

Entretanto, Maria Lúcia, que mesmo assim, se diz inocente, foi demovida da ideia pelo advogado Ronaldo Marzagão, que em diversas vezes se mostrou contrário à delação."Não tem nada de deleção premiada, ela não tinha o que falar, tanto se tivesse, o Ministério Público iria querer ouvi-la. Ela estava presa, se você falar para uma pessoa nesta situação que pular do prédio irá resolver, ela irá querer pular do prédio. Não há motivo para colaboração premiada", afirmou Marzagão.  

O depoimento da ex-gerente da Coderp começou por volta das 10h. Durante a sua fala, Maria Lúcia afirmou que o período em que esteve presa fez mal para a saúde dela, também que perdeu 10kg e passou a tomar remédios.

“Eu trabalhei 40 anos nessa empresa. Criei uma filha sozinha. Trabalhei na roça durante a minha infância. Tenho o maior orgulho de ter chegado onde eu cheguei. E hoje, é muito difícil eu me admitir nesta situação. Estou debilitada. Passei por seis cadeias nestes 14 meses, Você tem noção disso?”, disse a acusada.

Ela negou que o genro, que foi funcionário da Atmosphera, tenha sido colocado no cargo por meio de indicação do ex-vereador Maurílio Romano, como acusa o Ministério Público, que disse que essa pessoa deixaria de realizar suas funções na terceirizada, para poder trabalhar na campanha do então parlamentar.

Maria Lúcia ainda declarou que a determinação na Coderp era para que os currículos recebidos fossem encaminhados diretamente para o setor de recursos humanos da companhia, mas, que essa seria uma prática desde antes do contrato de prestação de serviços com a Atmosphera.

“As práticas, desde que eu entrei na Coderp, em 1975, são as mesmas. Por isso, acredito que sejam corretas”, afirmou Maria Lúcia, que aponta que os funcionários indicados passavam por um processo de admissão, antes da contratação, o que o Ministério Público aponta que não ocorria.

Sobre as listas de funcionários indicados por agentes públicos para atuarem na Atmosphera, ela afirmou que seriam referentes à documentação necessária para emissão de nota fiscal, para que houvesse o pagamento da Coderp para a empresa prestadora de serviços. “Nunca me atentei aos nomes dos vereadores, nem sabia quem os incluía na lista, até porque, não tinham consistência”, completou.

 


Foto: Arquivo Revide

Compartilhar: