Ex-funcionárias da Prefeitura dizem que não receberam ordens de Dárcy para realizar pagamentos
Depoimentos continuam nesta sexta-feira, 29

Ex-funcionárias da Prefeitura dizem que não receberam ordens de Dárcy para realizar pagamentos

Foram ouvidas duas testemunhas indicadas pela acusação do caso dos 28%, investigado pela Operação Sevandija, nesta quinta, 28

Na audiência de depoimentos das testemunhas de acusação apontadas pelo Ministério Público sobre o caso dos honorários advocatícios dos 28,35%, que são investigados na Operação Sevandija, foram ouvidas duas funcionárias da Prefeitura de Ribeirão Preto à época do governo Dárcy Vera, nesta quinta-feira, 28, no Fórum.

Tanto Dulcinéia Godoi quanto Cármen Zeotti trabalhavam na Secretaria da Fazenda, que realizava a liberação do dinheiro para o pagamento dos honorários a advogada Maria Zuely Librandi. As duas testemunhas disseram que não sofriam pressão da ex-prefeita Dárcy Vera e do ex-secretário de Administração, Marco Antônio dos Santos, para a liberação dos recursos, já que era obrigatório, por se tratar de uma sentença judicial, e que por isso deveriam ser pagos todo o dia 20 de cada mês. 

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sustenta que a prefeitura realizava os pagamentos mediante a liberação de propina, por parte de Maria Zuely, a Darcy e Marco Antônio, além de apontar que o acordo foi homologado após fraude em atas de assembléia do Sindicato dos Servidores Municipais, então presidido por Wagner Rodrigues, delator do suposto esquema.

Dulcineia chegou a informar, durante a oitiva, que os pagamentos da prefeitura eram definidos pela ex-prefeita, por Marco Antônio e pelo ex-secretário da Fazenda, Sérgio Nalini, que seguiam as prioridades do município, como o cumprimento dos pagamentos ordenados pela justiça ou de serviços essenciais, como compra de remédios e coleta do lixo.

Ela disse ainda que nunca viu a ex-prefeita ordenar os pagamentos dos honorários, embora aponte que não tinha conhecimento de outras situações em que a prefeitura pagava honorários advocatícios em causas perdidas pelo município na justiça. 

Já Cármen Zeotti informou que alguns pagamentos atrasaram por falta de recursos nos cofres do município e que, muitas vezes, Maria Zuely ligava na Secretaria da Fazenda cobrando os pagamentos quando estavam em atraso. Mesmo assim, ela lembrou que em diversas situações, Zuely era informada de que os pagamentos iriam demorar, geralmente uma semana ou 15 dias, em razão de ela fazer parte dos quadros da Administração Municipal, atuando como assessora da Secretaria da Casa Civil. 

As audiências de depoimentos das testemunhas de acusação continuam nesta sexta-feira, 29, e entre as pessoas que serão ouvidas estão o ex-secretário de Governo e funcionário da Fazenda, Marcos Berzoti, e o filho de Zuely, o também advogado Leandro Librandi.


Foto: Leonardo Santos

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