Ex-superintendente da Coderp diz que vereadores faziam indicações
Cury também negou beneficiar Atmosphera em licitações e aponta revanchismo de Marcelo Plastino

Ex-superintendente da Coderp diz que vereadores faziam indicações

Davi Cury prestou depoimento nesta terça-feira, 7, e afirmou que eram comuns indicações de funcionários para Atmosphera, mas nega haver benefícios

O ex-superintendente da Coderp Davi Cury, prestou depoimento nesta terça-feira, 7, no Fórum de Ribeirão Preto sobre o caso Coderp-Atmosphera, investigado pela Operação Sevandija. Cury afirmou que diversas pessoas, entre elas vereadores, o procurava para fazer indicações de funcionários para atuar como terceirizado na Atmosphera, que prestava serviços a companhia que dirigia, porém, negou que em tais indicações haveria contrapartidas.

“Vereadores indicavam sim. Da base, da oposição, empresário, cidadão de bem, todos esses tipos de pessoas. Indivíduos encaminhavam o currículo. Se é de acordo com a lei ou não, isso não era de meu conhecimento. Mas, essas coisas sempre aconteceram desde antes  de eu entrar lá”, disse no depoimento, que afirmou que ao ser sondado sobre as contratações, acabava não dando importância.

“Eu não dava liberdade para os vereadores. Procurava evitar o contato”, concluiu o ex-superintendente.

Saque

Sobre a experiência dele como funcionário da Atmosphera, que ocorreu em 2011, Cury declarou que foi convidado por Plastino - que havia conhecido em um clube que ambos frequentavam -, para conseguir clientes para empresa, o que segundo ele, não aconteceu. Segundo o acusado, a experiência durou apenas dois meses, e os dois cheques que havia recebido do empresário, seriam referentes a esse período, como forma de pagamento pelo serviço.

Já um saque de R$ 300 mil feito por Alexandra Ferreira Martins, funcionária da empresa e também namorada de Plastino, Cury afirma que ocorreu justamente neste período em que era funcionário na empresa, mas que ele apenas a acompanhou. “Parece que eram comuns, e a pessoa que fazia os saques, nunca estava sozinha, e desta vez, eu apenas acompanhei, mas sequer peguei no dinheiro”, declarou.

Carro dado por Plastino

Cury também negou que teria recebido qualquer pagamento do empresário Marcelo Plastino, dono da prestadora de serviços, morto em novembro de 2016. Além disso, ele afirmou que não poderia ter influenciado sobre a atuação da Atmosphera da Coderp, pois o contrato era anterior a ele ter sido efetivado na companhia.

Novamente, ex-superintendente da Coderp apontou que as acusações de que Plastino teria dado a ele um carro são falsas, já que o veículo teria sido comprado em conjunto com o próprio pai. Ele também falou que não é verdade a afirmação de que o empresário teria pago uma viagem dele aos Estados Unidos.

“Eu não precisava que ele pagasse um hotel pra mim em Orlando, até porque minha família tem casa lá. E as viagens foram feitas com milhas acumuladas na empresa aérea”, informou Cury.

Segundo ele, o motivo das acusações de Plastino seria uma mágoa que o empresário criou após ele ter feito a rescisão do contrato da Atmosphera com a Coderp, depois de receber um parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) requerendo a quebra do acordo. Ele ainda voltou a declarar que decidiu sair da Coderp, em fevereiro de 2015, após a diretoria da empresa resolver reaver o contrato.

“A Atmosphera estava lá dentro há bastante tempo. Não precisava de mim para ganhar licitação. Teria de envolver mais pessoas para conseguir fraudá-la, pois existia uma comissão. A acusação é baseada em uma informação de Plastino infundada, revanchista e revoltada por ter rescindido o contrato. Eu nunca recebi um centavo desse rapaz” declarou ao se defender sobre supostas fraudes em licitações na Coderp para contratação de empresa terceirizada.

 


Foto: Arquivo Revide

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