Gaeco apura desvio de gado em fazenda de investigada na Sevandija
Caso aconteceu na fazenda da advogada Maria Zuely Librandi, uma das investigada na Sevandija

Gaeco apura desvio de gado em fazenda de investigada na Sevandija

Filho de advogada Maria Zuely Librandi denuncia roubo em área e nega venda de animais

A fazenda da advogada Maria Zuely Librandi, uma das investigadas na Operação Sevandija por, supostamente, pagar propina para políticos em Ribeirão Preto para receber honorários advocatícios, teria sido roubada no início de fevereiro, quando teve parte do gado levado. O caso é investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.

De acordo com o filho de Maria Zuely, o também advogado Leandro Librandi, o roubo ocorreu no início de fevereiro, e 34 animais foram levados. De acordo com o registro policial, uma quadrilha armada invadiu a propriedade e ameaçou os caseiros da fazenda.

“É uma quadrilha especializada e isso foi demonstrado pelo assalto, pois estavam bem preparados. Tinham informações pessoais nossas, além do armamento. Você fica assustado, porque não sabe se é uma ameaça ou se é para assustar. Além de tudo, foi traumático para as pessoas que estavam lá e estou com receio pela segurança delas”, afirma Librandi.

O caso veio à tona nessa quarta-feira, 21, quando promotores do Gaeco foram à fazenda para apurar se houve desvio de gado. Segundo a promotoria, foi constatado que 20 animais foram retirados indevidamente do local e que uma pessoa estaria vendendo o gado.

Leandro Librandi afirma que o gado estava sendo levado para propriedades vizinhas para que pudessem ser tratados, isso porque, de acordo com ele, é preciso manter a sobrevivência dos animais.

“Nem 30% do gado produz, porém, 100% come, por isso levamos esses animais para outras fazendas para serem tratados, mas não alienamos esses animais, até porque estamos impedidos pela Justiça. O gado está bloqueado. Preciso zelar pela manutenção dessa propriedade, já que sou responsável até o processo acabar e tenho de dar satisfação sobre as 182 cabeças de gado que tem na fazenda”, afirmou o advogado.

Em dezembro de 2016, na segunda fase da Operação Sevandija, a Justiça determinou o bloqueio do imóvel rural, além da apreensão e inalienabilidade das cabeças de gado - 182 cabeças de gado adulto e 29 bezerros - e do maquinário agrícola presente na propriedade, incluindo ordenha mecânica automatizada para gado leiteiro.

Em diligências em Cajuru, foram localizados alguns animais pertencentes à fazenda da investigada. De acordo com o Gaeco, o local não tinha espaço nem estrutura de manejo compatíveis com os cuidados exigidos pela raça e tipo de gado. O lote é avaliado em R$ 115 mil. As circunstâncias em que o gado foi transportado para fora da propriedade rural bloqueada e supostamente colocado à venda estão em apuração.

Defesa estuda pedido de alienação

O advogado Leandro Librandi, filho de Maria Zuely, ainda comenta que estuda junto com a defesa da mãe a possibilidade de fazer uma petição na Justiça para alienação dos animais. Com isso, o dinheiro seria depositado em uma conta judicial. Segundo o advogado, o assunto já foi tratado com os promotores do Gaeco. A medida seria para resguardar a segurança dos funcionários da fazenda, já que, de acordo com ele, ficaram expostos após o roubo.


Foto: Reprodução

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