Justiça nega pedido de Davi Cury para suspender interceptações telefônicas
Ex-superintendente da Coderp é um dos investigados da Operação Sevandija

Justiça nega pedido de Davi Cury para suspender interceptações telefônicas

Decisão do Tribunal de Justiça foi publicada nessa terça-feira, 21

O desembargador Maurício Valala, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, negou um pedido de suspensão das interceptações telefônicas e telemáticas de Davi Mansur Cury, ex-superintendente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp). A decisão foi publicada na última terça-feira, 21.

Segundo investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Cury é acusado de facilitar as fraudes em contratos de terceirizados firmados entre a Coderp e a Atmosphera.

O pedido para a suspensão das interceptações telemáticas, que serviram como uma das principais provas nos autos da Operação Sevandija, ganhou força após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatar solicitação semelhante da defesa do ex-vereador Capela Novas.

Na decisão, o relator utilizou votos do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo uma defesa do ex-ministro Teori Zavascki. Segundo o desembargador, os pedidos de interceptação telefônica de Cury foram feitos de acordo com a lei vigente.

Bem como, diante da necessidade das investigações e da complexidade da operação, “houve por bem, diante de requerimentos formulados pelas autoridades competentes, a autoridade judicial, deferir, não só em relação ao paciente [Cury], como também no que toca aos vários outros investigados, quebras dos sigilos",afirmou o magistrado.

Além disso, Valala também argumenta que o trancamento do inquérito via habeas corpus é uma medida excepcional. "Somente se justifica se demonstrada, inequivocamente, falha na inicial, absoluta falta de provas, atipicidade de conduta ou a existência de causa extintiva de punibilidade, o que, na espécie, não se constata", declarou.

O Portal Revide entrou contato com Cláudia Seixas, advogada de Cury. Ela também defende Novas, Dárcy Vera, entre outros envolvidos na Operação Sevandija. A advogada informou que a defesa irá recorrer da decisão. Questionada sobre os motivos que sustentam a solicitação da anulação das interceptações, Cláudia declarou que não irá falar sobre o assunto e que aguarda decisão da Justiça. 

 

 

* Matéria atualizada às 17h08 de sexta-feira, 24 de maio, para a inclusão da versão da defesa


Foto: Arquivo Revide

Compartilhar: