Namorada e sócio de Plastino têm delação premiada homologada pela justiça
Para o Gaeco, o conteúdo das colaborações comprova diversos pontos da acusação, reforçando os demais

Namorada e sócio de Plastino têm delação premiada homologada pela justiça

Gaeco diz que conteúdo das colaborações comprova diversos pontos da acusação

A namorada do empresário Marcelo Plastino, morto em novembro de 2016, e um sócio da Atmosphera, empresa que pertencia ao empresário, selaram um acordo de delação premiada com o Ministério Público, que foi homologado nesta sexta-feira, 15, pela Justiça.

Alexandra Ferreira Martins, que também foi funcionária da Atmosphera, e o ex-diretor da empresa, Paulo Roberto de Abreu Jr, também são investigados na Operação Sevandija. Inclusive, Alexandra chegou a ser presa temporariamente em setembro do ano passado, após a deflagração da operação, em 1º de setembro de 2016.

Os dois são a terceira e quarta pessoas a firmarem acordo de delação: antes, o ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Wagner Rodrigues, e o ex-diretor do Daerp, Luiz Alberto Mantilla, também fizeram delação. Mantilla, inclusive, é defendido pelos mesmos advogados que defendem Alexandra e Paulo Roberto no caso.

Em nota, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) confirmou o acordo e disse que ele foi selado após meses de negociação, e ainda informou que os colaboradores, além de confessarem a participação nos fatos, indicaram as engrenagens e a dinâmica das contratações ilícitas, a realização de frequentes e vultosos saques em dinheiro vivo das contas da empresa e os contatos entre o empresário morto e agentes públicos de Ribeirão Preto.

Além disso, o Gaeco aponta que foram apresentados centenas de documentos relevantes para comprovar o teor da colaboração, como ofícios e e-mails com assinaturas de autoridades chancelando a contratação de indicados políticos; listas de indicações para contratações de cunho político por agentes públicos e vereadores municipais; dezenas de manuscritos elaborados pelo empresário sobre os fatos e seus contatos na administração municipal, registros de ligações pessoais e partidárias entre contratados pela Atmosphera e agentes públicos; também foram disponibilizados documentos demonstrando o desvio de função do pessoal contratado pela empresa em razão das indicações políticas.

Como prêmio, a Alexandra e a Paulo Roberto, foi estipulado limite de pena a ser fixada pelo juiz em caso de condenação, regime diferenciado para cumprimento e desbloqueio de parte de seus bens. Foi mantida a previsão de condenação e cumprimento de pena, parte em regime de prisão domiciliar e parte com prestação de serviços comunitários, além da perda de todos os valores bloqueados em suas contas bancárias e a alienação imediata de seus veículos apreendidos em favor da justiça para ressarcimento do município.

Para o Gaeco, o conteúdo das colaborações comprova diversos pontos da acusação, reforçando os demais, bem como premia os colaboradores, que não exerciam cargos públicos, papel de liderança na organização criminosa e nem mesmo na empresa, de maneira equânime, sem significar impunidade.

Na última semana, a Polícia Federal concluiu um relatório de uma perícia realizada no celular de Plastino, em que há novas denúncias, como supostos pagamentos ilícitos a vereadores e à ex-prefeita Dárcy Vera. A PF acredita que o material faça parte da delação premiada que Plastino tinha a intenção de fazer antes de cometer suicídio.


Foto: Sergio Masson

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