Para Gaeco, liberdade de Dárcy Vera pode atrapalhar investigações da Sevandija
Os promotores Leonardo Romanelli e Gabriel Rigoldi em coletiva de imprensa de 2018, quando Dárcy foi condenada

Para Gaeco, liberdade de Dárcy Vera pode atrapalhar investigações da Sevandija

Segundo nota divulgada, grupo acredita que ex-prefeita pode voltar a movimentar dinheiro ilícito

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) emitiu uma nota sobre a decisão da Sexta Turma do STJ proferida nesta quinta-feira, 5, que determinou soltura da ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera. Segundo o comunicado, a soltura de ex-prefeita contrasta com a “gravidade dos fatos e robustez das provas produzidas e com a condição de condenada a 18 anos por protagonizar um dos maiores esquemas de corrupção e desvios de recursos públicos da Ribeirão Preto”.

Ainda segundo a nota, a força-tarefa da Operação Sevandija foi capaz de desvendar e desarticular, pelo menos, quatro escandalosos esquemas criminosos dentro da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, “marcados por indicação de terceirizados em troca de apoio político, fraudes licitatórias no departamento de águas e na aquisição de catracas para escolas e o conluio para prática de peculato e corrupção com advogados e a entidade sindical, a revelar que a corrupção se tornou um método de governança na gestão da prefeita Dárcy Vera.”

“Não estamos tratando de um ato isolado de corrupção e lavagem de dinheiro, mas de uma prática contínua e prolongada, cujos efeitos se estendem até o presente momento, envolvendo valores milionários de propina em cheques e em dinheiro, que, hoje, estão personificados em ativos, muitos deles ocultos e com livre disposição.”

O Ministério Público também alega que, apesar de os fatos principais terem sido descobertos e estarem judicialmente apresentados desde setembro de 2016, a ex-prefeita de Ribeirão Preto não fez, em qualquer momento, “nenhum gesto ou esforço de esclarecimento dos fatos ou indicação de recuperação do patrimônio amealhado ilicitamente.”

Para o Gaeco, a liberdade de Dárcy Vera “apenas lhe incentivará a adotar ainda outras manobras espúrias capazes de solapar e confundir a investigação em curso, bem como a garantir que se mantenham milhões de reais ilícitos e ativos na clandestinidade.”

Habeas Corpus

Dárcy Vera pode sair do presídio de Tremembé, em que está presa desde 2017, a qualquer momento. O ministro Rogerio Schietti atendeu ao pedido da defesa na tarde desta quinta-feira, 5, e concedeu o HC referente ao processo dos honorários advocatícios. Como não possui pedido de prisão em outros processos, Dárcy poderá ser solta em breve.

Além de Dárcy Vera, foram beneficiados com o HC o ex-secretário de Administração de Ribeirão Preto Marco Antonio dos Santos, o advogado Sandro Rovani e a advogada Maria Zuely Librandi.

Dárcy foi condenada a cumprir 18 anos e nove meses de reclusão, com toda a pena a ser cumprida, inicialmente, em regime fechado. A condenação é referente a investigações da Operação Sevandija, deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal em 1 de setembro de 2016. Além de cinco anos de prisão no caso da Stock Car.

Segundo nota oficial divulgada pela defesa de Dárcy, ela vai responder em liberdade a fase recursal.


Foto: Arquivo Revide

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