Sem medo de viver
Juventude inspiradora: conheça algumas das diversas facetas de Caito Fortes Guimarães

Sem medo de viver

Conhecido por sua atuação à frente da REMAX, Caito Fortes Guimarães encarou diversas experiências diferentes até encontrar seu propósito

Caito Fortes Guimarães nasceu em Ribeirão Preto, filho de Elsa Estela Palma Spinelli e Cacaio Fortes Guimarães. Depois de um tempo, chegou a irmã, Cristiane Spinelli Fortes Guimarães. As memórias da infância, em família e entre amigos, ocupam um lugar especial em seu coração. “Sou o primeiro neto dos dois lados da família. Sempre fui muito bem cuidado e cercado de amor. Tive uma infância feliz. Meus pais não mediam esforços para nos proporcionarem tudo do bom e do melhor”, afirma. Ainda nessa fase, o desinteresse pela escola causou preocupação. “Eu era uma criança, digamos, singular. Tinha dificuldade de aprender, de escrever, trocava as letras, dava trabalho na escola. Era muito distraído, inquieto e bagunceiro. Vivia em um mundo particular. Naquela época, meus pais buscaram orientação com especialistas e eu acabei recebendo o diagnóstico de dislexia”, recorda. 


Se o desempenho dentro da sala de aula exigia uma atenção extra, o talento para os esportes aparecia de forma muito natural. “Meu pai sempre praticou atividade física – e ele era extremamente competitivo. Jogava basquete, futebol e vôlei, entre outras modalidades. Cresci o observando, de certa maneira, querendo seguir pelo mesmo caminho, até que, com oito anos, comecei a jogar tênis”, conta. A identificação com aquele universo dentro das quadras foi imediata. Com disciplina e foco nos treinos, ele logo viu os resultados, desenvolvendo uma técnica apurada e se destacando em todas as competições que participava. Aos 14 anos, bem ranqueado e com uma carreira como atleta juvenil em ascensão, teve que tomar a primeira grande decisão em relação a seu futuro. “Meu avô e meu pai sugeriram que eu, de fato, me profissionalizasse no tênis. Confesso que, diante da seriedade daquela proposta, das expectativas que se formaram em torno desse assunto, me senti pressionado. Teria que abrir mão de muitas coisas e, naquele momento, optei por não investir no esporte e seguir minha rotina na escola”, revela. Caito ficou um longo tempo sem jogar. Só voltou depois dos 26 anos.


Mostrando seu espírito aventureiro e o desejo de trilhar sua própria jornada, aos 15 anos, ele embarcou para um projeto de intercâmbio na Nova Zelândia. Esse capítulo da história é tido como um dos mais enriquecedores. “Lá, algumas famílias se cadastram com o governo para receber estudantes internacionais. Morei na casa de uma dessas famílias. O pai tinha sido muito rico, tinha uma fazenda de ostras, mas acabou perdendo tudo. Quando eu estava lá, ele dirigia uma van para uma instituição que cuidava de crianças com Síndrome de Down. Inclusive, tive a oportunidade de conviver bastante com essas crianças. Ele compartilhava comigo sábios conselhos, sobre a vida, o que fazer com o seu tempo, o poder da resiliência. Aprendi e amadureci demais. Foi uma experiência incrível”, declara. Com 17 anos, voltou ao Brasil, para concluir o Ensino Médio e encarar a próxima etapa: o vestibular.


Sem ter convicção de qual área gostaria de atuar, prestou diferentes cursos: Engenharia, Medicina e Administração. “Passei em Administração na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Campinas. Fiquei um ano vivendo lá. Completamente deslumbrado com aquele mundo novo, não apresentei progresso nenhum no curso e acabei voltando para Ribeirão Preto”, explica.


O RETORNO PARA O ESPORTE 


A paixão pelos esportes nunca foi abandonada e retornou com força total quando Caito decidiu prestar Educação Física na Universidade Estadual de Londrina (UEL). “Tudo voltou a fazer sentido, parecia que eu tinha encontrado meu propósito. Trabalhei na equipe de recreação em um hotel de alto padrão lá na região. Também fui personal trainer em academia e comecei a dar aulas de artes marciais, como Jiu-jítsu e Muay Thai. Estava tão envolvido e motivado com os treinos, que decidi seguir uma carreira como lutador de MMA”, lembra. Caito lutou profissionalmente por dois anos. O sonho foi interrompido após uma lesão na coluna cervical. “Eu tinha 23 anos, estava na melhor fase e com muitos planos pela frente. Fiquei arrasado, totalmente perdido e sem saber o que fazer a partir dali”, frisa. Mais uma vez, Ribeirão Preto serviu de porto seguro, para recuperar as energias, pensar e recalcular a rota. O curso foi concluído aqui, na Unaerp, no final de 2008. Avançando uns bons anos nessa linha do tempo, em 2022, Caito voltou a competir profissionalmente, dessa vez, no beach tennis. “Comprei uma arena e comecei a jogar. Fiquei entre os 300 melhores atletas do mundo. Me desafiar por meio da atividade física é uma paixão de longa data, mas, hoje, só pratico meus esportes por lazer mesmo”, conclui.


NOVO RUMO


Sem perspectivas aqui no país, em 2009, Caito decidiu viver na Austrália. Por lá, jogou em um time de futebol, trabalhou em uma empresa de limpeza e em uma churrascaria brasileira. “Nunca tive medo de trabalhar, de experimentar diferentes áreas. Abraçava cada oportunidade e tudo me acrescentava. Cada conquista e cada obstáculo me tornavam uma pessoa melhor. Esse era o meu foco. A Austália foi incrível, pois me permitiu, pela primeira vez, andar 100% com as minhas próprias pernas, decidir o meu destino. Nesse restaurante, inclusive, conheci a Érika, que, posteriormente, tornou-se minha esposa e mãe dos meus filhos”, comenta. 


Também atuou como professor de Jiu-jítsu e estava representando uma academia como atleta quando veio passar uns dias no Brasil e não voltou mais. “Meu avô estava doente e senti que a minha mãe precisava de mim. Isso me motivou a vir para o Brasil. Convidei a Érika para me acompanhar e ela aceitou. Cheguei, visitei o meu avô e no outro dia ele faleceu. Foi uma mistura de sentimentos muito forte, que mexeu com toda a família. Eu e a Érika decidimos nos casar, o que fizemos em janeiro de 2010. O plano era voltar para a Austrália, mas, nossas famílias e amigos acabaram nos convencendo a ficar. Deixamos tudo o que tínhamos lá”, explica. A família constituiu morada em Ribeirão Preto, por muitos anos, mas, a ideia de ter uma vida no exterior continuava persistente. “Sempre que conversávamos, esse assunto batia no nosso coração. Quando veio a pandemia, em 2020, quisemos realizar esse sonho, dessa vez em família, na Itália. Estava tudo certo. Alugamos o apartamento, compramos as passagens, mas, as fronteiras se fecharam e não conseguimos sair. Como já estávamos nesse clima de mudança, escolhemos um outro destino: Florianópolis”, revela. Caito ficou lá por dois anos, até que sua vocação para o mercado imobiliário falou mais alto (confira o conteúdo completo sobre esse tópico na matéria a seguir, Trajetória Profissional). 

 

O LADO PAI


Dentre as tantas vivências que Caito coleciona até hoje, tanto pelo lado pessoal, quanto profissional, ser pai, sem dúvida, é a mais importante. Em 2011, nasceu Matheus. Pedro chegou em 2013 e, para completar o time, veio a Alice, em 2019. “Desde que eu era criança, já falava que queria, um dia, ser pai. Poder formar a minha família e compartilhar minha vida com os meus filhos, cada um com o seu jeitinho, é a maior alegria que eu poderia ter, um verdadeiro privilégio. Eles me ensinam lições valiosas, todos os dias. Não existem palavras para descrever um amor dessa dimensão”, enfatiza.

 

FAZER O BEM  


Caito também tem uma forte atuação em projetos sociais, desde os anos da faculdade em Londrina. Foi professor de tênis para 40 crianças, de 8 a 12 anos, de uma escola pública em uma região bastante vulnerável da cidade. “Foi um dos períodos mais bonitos da minha vida, muito gratificante. Tinha um enorme carinho pelas crianças. O projeto unia Educação, Cultura e Esporte”, descreve. Ele foi muito além do que era proposto. Com o primeiro salário – e a ajuda de amigos e familiares – comprou tênis para as crianças não machucarem os pés jogando descalças no cimento. No final do ano, por inciativa própria, montou um cronograma para levar os participantes para uma sessão de cinema. A maioria deles nunca tinha feito um passeio como esse. 


Sempre em busca de autoconhecimento, desenvolvimento pessoal, equilíbrio e harmonia, Caito esteve à frente de outras ações, como o Pequena Tribo de Crianças, de contra turno escolar, e o Instituto Açucena, que promove a inclusão social de mulheres em situação de vulnerabilidade, ambos iniciados em Florianópolis. Agora, em Ribeirão Preto, está lançando a Pua Lulu, uma marca com propósito social. “Esses projetos fazem a diferença na vida de muitas pessoas. E acreditem, quem ajuda é o mais beneficiado”, finaliza.

 

 


Fotos: Lidia Muradás, Matheus Spinelli F. Guimarães e Arquivo pessoal

Compartilhar: