Abstenções, brancos e nulos superam votos de candidatos a prefeito
Os votos inválidos somaram 183,3 mil, enquanto Duarte Nogueira (PSDB), o mais votado em Ribeirão Preto, foi para o 2º turno com 100,4 mil votos
Dos 435.381 eleitores ribeirãopretanos, 74,8% – 325.672 – compareceram às urnas neste domingo, 2, para escolherem seus representantes na Câmara Municipal e também o chefe do Executivo. Ao final das apurações, apenas 252.047, ou 57,9%, foram computados como votos válidos.
O candidato Duarte Nogueira (PSDB) foi o mais votado em Ribeirão Preto, com 100.462 dos votos válidos. No entanto, se somados os ausentes (109.709 – 25,20% de abstenção), aos eleitores que votaram em branco (18.718) ou anularam (54.907) a sua escolha, o resultado – 183,3 mil – supera a quantidade de votos que levou o tucano para o segundo turno.
O resultado da soma entre os votos Nulos e Brancos – 73.625 – supera a quantidade de votos válidos computados para Ricardo Silva (PDT), segundo candidato mais votado em Ribeirão Preto. Que foi para o 2º turno com 70.215 votos.
Para o sociólogo Fábio Pacano, docente da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), a quantidade de votos inválidos durante estas eleições não é apenas reflexo do momento político que atravessam Ribeirão Preto e o Brasil. Segundo ele, os números “são gotas de água em um copo já cheio”.
“É uma tendência de descontentamento. Se você observar os resultados das últimas três eleições municipais, vai notar que este número vem crescendo. É preciso repensar o sistema político, o voto não obrigatório, a impossibilidade de reeleição, mudar o sistema eleitoral e o investimento a campanhas”, indica.
Eleições passadas
Nas eleições municipais de 2012, o eleitorado ribeirãopretano era de 419.435 e a abstenção foi de 19,71% – ou 82.655.
Votos em Branco (3,36%) e Nulos (6,65%) somaram 33.710. Nestas eleições, o total de eleitores que votaram em branco ou anularam o seu voto superaram a marca de 73,6 mil. “Muita gente diz que o povo é alienado por não notar ou por votar em branco. Mas, o que é silenciado pode mostrar muito mais do que o que é dito. É preciso entender o que esses números querem dizer”, completa Pacano.
Foto: Nelson Jr
