Ações do Ministério Público Eleitoral pedem cassação de candidaturas

Ações do Ministério Público Eleitoral pedem cassação de candidaturas

Dois candidatos a prefeito e seus respectivos vices responderão a ações de investigação, assim como quatro candidatos a vereador – três à reeleição

O promotor eleitoral José Vicente Pinto Ferreira, ajuizou Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs), com pedido de cassação de registro de oito candidatos às eleições deste domingo, 2 de outubro.

São dois candidatos a prefeito – Duarte Nogueira (PSDB) e Ricardo Silva (PDT) –, dois a vice – Carlos Cezar Barbosa (PPS) e Guilherme Feitosa (PMDB –, e quatro candidatos a vereador. Responderão às ações os candidatos à reeleição Maurício Gasparini (PSDB), Maurílio Romano (PP) e Walter Gomes (PTB), além do candidato Lincoln Fernandes (PDT).

Eles são acusados abuso de poder político e econômico, captação ilegal de votos (compra) e uso indevido dos meios de comunicação. Walter Gomes, que é presidente da Câmara e está suspenso de suas funções públicas por ser investigado pela Operação Sevandija, responderá também por omitir patrimônio da Justiça Eleitoral em sua declaração de bens.

Os candidatos continuam na disputa e caso sejam eleitos e condenados terão seus diplomas cassados e os votos anulados. Após a citação eles terão cinco dias para responder e a Justiça Eleitoral coletará provas a respeito das denúncias.

Candidatos negam

Em nota o candidato Duarte Nogueira diz estar à disposição para esclarecimentos. “A campanha de Nogueira recebeu com muita tranquilidade a notícia sobre a ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral e irá prestar todas as informações que comprovarão que não houve o cometimento de nenhuma irregularidade”, aponta a nota

O candidato Ricardo Silva nega, também por meio de nota, que tenha cometido qualquer tipo de abuso. "Sou comunicador antes mesmo de assumir meu mandato como vereador, trabalhando na mesma emissora e dentro da lei. Cumpri rigorosamente as determinações da lei eleitoral no que se refere os prazos para afastamento do comunicador dos programas de rádio e televisão. Nunca ocorreu nenhum tipo de abuso", afirma.

Walter Gomes garantiu que todo o seu patrimônio foi declarado e que o que não declarou é porque ainda não pagou. "Meu filho tem uma imobiliária, comprei o imóvel para ajudar ele, mas só dei a entrada, ainda não é meu. Vou vender depois", disse Walter Gomes.

Ele negou, no entanto, que exista um "contrato de gaveta". "O que não paguei, não declarei, é porque o imóvel pertence à construtora", disse. O vereador foi citado nesta sexta-feira, 30, para se defender em cinco dias.

O vereador Maurício Gasparini assegurou, em nota, que está tranquilo e que prestará todos os esclarecimentos à Justiça. Veja os principais tópicos da nota.

"Trata-se de uma investigação por suposto uso de veículos de comunicação, para promoção pessoal, em período anterior ao período eleitoral, decorrente de uma representação feita por um outro candidato a vereador. Esclareço que nossa família possui programa e vinculação com os meios de comunicação, através de meu pai, Welson Gasparini, há mais de 50 anos, sendo que eu e meu irmão Marcelo, possuímos um programa de televisão há aproximadamente 10 anos no ar, logo, não há que se falar em utilização de cunho eleitoral momentânea. Assim, encontro-me muito tranquilo com a situação que, através de esclarecimentos que serão prestados nos autos da ação, ficará caracterizada que não houve nenhuma infração a legislação eleitoral".

Já Lincoln Fernandes discorda da acusação do promotor, e aponta que sofre de perseguição política de Duarte Nogueira. Ele alega que a atuação dele nas redes sociais tem sido de acordo com a legislação, e que é contraditória a acusação de abuso de poder econômico na eleição, já que ele assegura ter se utilizado de poucos recursos financeiros.

Maurílio Romano foi procurado por meio de sua assessoria de imprensa, mas não respondeu aos pedidos de informação.

Atualizada às 16h20 para incluir explicações de Maurício Gasparini


Foto: Arquivo Revide

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