Anexo ficou mais caro por falhas no projeto original, diz construtora
Anexo ficou mais caro por falhas no projeto original, diz construtora

Anexo ficou mais caro por falhas no projeto original, diz construtora

Cedro apresentou o laudo da perícia contratada pela empresa; antes, Câmara não permitiu apresentação na obra

A construtora Cedro, responsável pela obra do prédio Anexo da Câmara Municipal de Ribeirão Preto,  apontou que o aumento de preços apresentado na auditoria dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a obra, está dentro das mudanças exigidas no projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros. A informação foi passada nesta sexta-feira, 2, em apresentação do laudo contratado pela empresa.

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Na última quarta-feira, 31, a CPI apresentou um relatório realizado pelo professor José Elias Laier, da Universidade de São Paulo (USP), que indicou que a obra ficou R$ 1,5 milhão mais cara do que o contratado em licitação. A Cedro diz que esse aumento de valores é referente às mudanças no projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros, que só foi apresentado pela Câmara quando a obra já estava em andamento.

A Cedro estima que o preço final da construção do Anexo ficará em torno de R$ 8,9 milhões, diferente dos R$ 6,8 milhões licitados, porque houve alterações, como a construção de cinco lances de escada (o projeto original havia apenas dois), aumento da capacidade do reservatório de água, que é de 86 metros cúbicos (ante 35 metros cúbicos licitados), além do aumento na quantidade de extintores de incêndio, por exemplo. Porém, para que a obra seja concluída, foi acordado um aditivo de R$ 1,7 milhão, referente a 25% do valor da obra.

O laudo foi realizado pelo perito João Paulo Feres, que diz que todo serviço que foi pago está executado – a construtora afirma que a obra já consumiu R$ 6,8 milhões, valor mais alto do que a Câmara pagou até o momento, que foi R$ 6,4 milhões. “Se tivesse seguido todo o projeto, esta obra estaria mais do que satisfatória. Não há nenhum superfaturamento. Com o projeto dos Bombeiros aprovado, foram constatadas muitas divergências com o original. Só aí tem uma diferença bastante expressiva”, argumenta Feres.

A construtora defende que o problema não está na execução da obra, e sim no projeto contratado pela Câmara Municipal, e que os erros, que tiveram de ser corrigidos ao longo do tempo, foram todos autorizados pela Câmara, através da fiscalização da obra, que é feita pela Secretaria de Obras, e estão registrados no diário da construção, que foi entregue à CPI.

“O que ocorreu é que faltou uma visita à obra para ser observado o que foi realizado. Tudo que foi pago foi entregue. O laudo da Câmara foi feito através de números, mas houve uma série de mudanças pedidas pelo Corpo de Bombeiros, que eram obrigatórias”, comenta o engenheiro responsável pela obra, Alano Selli.

“Não pode”

A construtora pretendia apresentar o laudo à imprensa no próprio prédio Anexo da Câmara de Ribeirão Preto, porém, o departamento jurídico do Legislativo não permitiu que isso ocorresse, alegando que não houve comunicação à CPI e à presidência da Câmara sobre sua realização. A ordem partiu do próprio presidente, Rodrigo Simões (PDT).

Na saída da Câmara, a reportagem encontrou com os vereadores Otoniel Lima (PRB) e Isaac Antunes (PR), presidente e relator da CPI, respectivamente, que concordaram com a decisão de Simões. “Se o jurídico não permitiu, eu vou fazer de tudo para proibir a entrada deles sem autorização”, comentou Lima.

O advogado da construtora, Sérgio Moya, afirmou que, embora respeite a decisão da Câmara, não concorda com ela, já que a obra ainda está na responsabilidade da Cedro, que inclusive banca efetivo de segurança da construção, e que só passará a ser responsabilidade do Legislativo quando for entregue.


Foto: Silvia Morais/Câmara Ribeirão

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