Apenas 27% dos eleitores de Ribeirão Preto fizeram o cadastro biométrico, aponta TSE
Índice está abaixo do registrado no Estado de São Paulo, que tem 44% do eleitorado paulista cadastrado
Em Ribeirão Preto, apenas 27% dos eleitores já fizeram o cadastro biométrico, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que divulgou dados sobre o perfil do eleitorado no município. Para especialista, baixa adesão pode representar descontentamento com a política do País.
De acordo com os números do TSE, apenas 118 mil, dos 443 mil eleitores cadastrados em Ribeirão Preto, já efetivaram o cadastramento biométrico. O índice é inferior ao restante do Estado de São Paulo, em que 44% dos eleitores – cerca de 14,7 milhões de pessoas – já efetivaram o registro.
Nas eleições de 2018, 100 municípios do Estado de São Paulo terão 100% do eleitorado dentro do novo sistema, que vem sendo implantado desde 2010. Na região de Ribeirão Preto, Nuporanga, Rifaina, Viradouro, Monte Azul Paulista, Miguelópolis, Santa Rita do Passa Quatro e Altinópolis estão na lista.
Para o advogado Edson Oliveira, que é coordenador do Observatório das Eleições da Associação dos Advogados de Ribeirão Preto (AARP), uma menor preocupação do eleitorado ribeirãopretano com a atualização dos dados junto à Justiça Eleitoral ainda é reflexo do desânimo da população.
“Na verdade, isso mostra desinteresse do povo pela política. Se vai ser um complicador, é muito precoce para dizer, porque quem gosta de votar vai fazer, ou já fez. Agora, de fato, é algo que entristece, porque você percebe que o pessoal está desanimado para fazer o cadastro”, acredita Oliveira, que aponta que isso pode ser um indicador para uma grande abstenção no pleito de outubro.
“Creio que a abstenção deste ano também vai ser muito grande e o trabalho do Observatório serve para isso. Para convidar o povo para ir às urnas. O prefeito [Duarte Nogueira] que aí está foi eleito por uma minoria, por exemplo. Ele não recebeu 50% dos votos de Ribeirão Preto”, disse.
Ele ainda lembra que, nas eleições municipais de 2016, Ribeirão Preto foi o município do País com maior abstenção entre as cidades que tiveram segundo turno. Na ocasião, 120 mil pessoas não foram às urnas, o equivalente a 27,6% do total dos eleitores cadastrados.
Segundo o TSE, a biometria é uma tecnologia que confere mais segurança à identificação do eleitor no momento da votação. O leitor biométrico confirma a identidade de cada pessoa por meio das impressões digitais, armazenadas em um banco de dados da Justiça Eleitoral e transferidas para as urnas eletrônicas.
O Tribunal ainda informa que, após as eleições 2018, será iniciado um novo ciclo de cadastramento biométrico obrigatório no Estado de São Paulo. A meta do TSE é concluir a operação em todo o País até 2022.
Foto: ASCOM - TRE/RJ
