Após farpas no primeiro turno, Gandini anuncia apoio a Ricardo Silva
No primeiro turno, o candidato apoiado acusou o juiz de receber, de forma questionável, R$ 3 milhões do PT, sigla de que ele era então filiado, para a disputa municipal em 2012
Depois de trocas de farpas ao longo de toda campanha eleitoral no primeiro turno, inclusive com processos judiciais, o juiz aposentado João Gandini, que disputou a prefeitura de Ribeirão Preto pelo PSB, surpreendeu ao aparecer no programa eleitoral de Ricardo Silva (PDT), declarando apoio ao candidato, mesmo após dizer que não iria declarar o voto.
No programa exibido na noite de quarta-feira, 26, João Gandini justificou o apoio ao pedetista por acreditar que Duarte Nogueira (PSDB), que também disputa o segundo turno das eleições, “é representante da ‘velha política’”, e que em seus seis mandatos de deputado federal e estadual, além das vezes que comandou as secretarias estaduais de Habitação, Agricultura e Transportes e Logística, “fez pouco” por Ribeirão Preto.
Além disso, Gandini afirmou que caso Ricardo Silva vença as eleições municipais, que terão o processo concluído no próximo domingo, 30, ele assumiria a Controladoria Geral do Município, que, inclusive, foi uma de suas propostas apresentadas ao longo da campanha.
Há duas semanas, Gandini declarou que não iria apoiar nenhum dos candidatos por não ter sido procurado por nenhum dos dois postulantes à prefeitura que disputam o segundo turno. Já no programa exibido na quarta, ele diz que foi procurado por Silva nos últimos dias, e discutiram projetos para aplicar em Ribeirão Preto.
No primeiro turno, Ricardo Silva acusou o juiz aposentado de receber R$ 3 milhões do PT, sigla que ele era então filiado, para a disputa municipal em 2012, em dinheiro que seria proveniente dos desvios do Governo Federal, então comandado pelo partido.
Já Gandini retrucou, dizendo que o então adversário estaria tentando denegrir o trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal ao questionar a veracidade das notas de R$ 2, encontradas no cofre de um dos investigados pela Operação Sevandija, e que estariam anotadas as iniciais do candidato para o recebimento para compra de apoio ao governo Dárcy Vera. Ambos negam as acusações, e chegaram a prometer processar um ao outro por essa razão.
Justificativa
Em nota, Ricardo Silva afirmou que a aliança com o Gandini é programática. "Alinhamos itens do plano de governo dele ao nosso, principalmente moradia popular e atenção básica à saúde. Convidei também o Gandini, até por sua experiência como juiz, para me auxiliar no controle interno da administração e na fiscalização de contratos e licitações", afirma.
Ainda no texto, ele diz que não houve acordo de cargos ou salários. "Inclusive, em nosso projeto há o Conselho Ético Municipal, que não terá cargos remunerados. O que existe, a bem da verdade, é a certeza de que queremos uma administração limpa, séria e isenta de corrupção. Neste aspecto, o controle de um juiz experiente é muito importante", conclui.
Notícia atualizada às 11h45.
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