Arthur Lira (PP) é eleito presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília
Deputado venceu Baleia Rossi (MDB), de Ribeirão Preto, por 302 votos a 145
O deputado federal Arthur Lira (PP) foi eleito o novo presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta segunda-feira, 1º. Lira derrotou o candidato de Ribeirão Preto, Baleia Rossi (MDB), no primeiro turno, por 302 a 145 votos.
Outros seis candidatos participaram da disputa: André Janones (Avante), 3 votos; Fabio Ramalho (MDB), 21 votos; General Peternelli (PSL), 1 voto; Luiza Erundina (PSOL), 16 votos; Kim Kataguiri (DEM), 2 votos e Marcelo van Hattem (Novo), com 13 votos. O deputado Alexandre Frota (PSDB), que havia protocolado a candidatura, renunciou a durante a sessão e pediu aos parlamentares que apoiassem o ribeirãopretano.
A eleição de Lira representa uma vitória do grupo político conhecido como "Centrão", e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que apoiou a candidatura. Na semana anterior à votação, o candidato preferido pela presidência ampliou vantagem nas previsões feitas pelos deputados. Os partidos PSL, PSDB e até o DEM anunciaram a saída oficial do bloco de apoio a Baleia.
Em seu discurso antes da votação, Lira defendeu a previsibilidade na análise das propostas. Segundo ele, haverá reunião de líderes das bancadas às quintas-feiras a fim de elaborar a pauta, com a definição dos relatores, respeitada a proporcionalidade partidária. O deputado também atacou, indiretamente, o poder de Maia na Câmara. "Aquela cadeira não é um trono", ressaltou Lira ao se referir à cadeira do democrata.
Arthur Lira
Arthur César Pereira de Lima, de 51 anos, natural de Macéio, é agropecuarista, advogado e empresário. Iniciou a carreira no PFL, sendo vereador entre os anos de 1993 e 1996. Lira também teve passagens pelo PSDB, PTB e PMN antes de chegar ao PP. Atualmente, cumpre o terceiro mandado como deputado federal.
Lira se tornou réu, em outubro de 2019, por suposto crime de corrupção passiva, em inquérito da Operação Lava Jato. O deputado foi acusado de receber R$ 106 mil em espécie de propina. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGT) e aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na época, a defesa de Arthur Lira alegou que as investigações não foram capazes de comprovar que o deputado agiu no sentido de “receber” o dinheiro e havia argumentado a inépcia da denúncia, que disse ter sido baseada somente na palavra de um delator conhecido por ser inimigo do deputado.
Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados
