Autor do “Segunda Sem Carne” esclarece dúvidas sobre o projeto
"Vale ressaltar que o projeto não afeta a rede privada de bares e restaurantes, nem tão pouco os hospitais", explica o deputado

Autor do “Segunda Sem Carne” esclarece dúvidas sobre o projeto

Deputado Feliciano Filho se posicionou após a polêmica que seu projeto causou

Após a polêmica gerada pela aprovação do projeto de lei (PL) 87/2016 que estabelece a "Segunda Sem Carne" em todo o Estado de São Paulo, o Portal Revide entrou em contato com o deputado estadual Feliciano Filho (PSC), autor da proposta, para que se posicionasse quanto à polêmica e esclarecesse melhor o texto.

Segundo o deputado, o PL aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) proíbe o fornecimento de carnes e seus derivados às segundas-feiras, ainda que gratuitamente, nas escolas da rede pública de ensino e nos estabelecimentos que ofereçam refeição no âmbito dos órgãos públicos.

"Vale ressaltar que o PL não afeta a rede privada de bares e restaurantes, nem tão pouco os hospitais – mesmo sendo da rede pública –, como algumas pessoas chegaram a pensar", explica Filho. De acordo com o parlamentar, a ”Segunda Sem Carne” já é praticado em cidades de 44 países incluindo EUA, França, Itália, Austrália, Canadá, Dinamarca e Alemanha.

Por meio de nota, a assessoria do deputado também explicou que a campanha  foi idealizada em 2003 pelo publicitário Sid Lerner, em associação com a Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, dos EUA. Em maio de 2009, Ghent, na Bélgica, também adotou a campanha e, no mesmo ano, Paul McCartney apresentou ao Reino Unido a "Segunda Sem Carne" ou “Meat Free Mondays”, o que deu força para que a ação, ao longo dos anos, atingisse outros países. No Brasil a "Segunda Sem Carne" existe desde 2009, por meio do trabalho da Sociedade Vegetariana Brasileira, que já conseguiu implantar a merenda vegetariana em escolas estaduais de 100 municípios do Estado de São Paulo.

“Quando apresentei meu projeto, pensei justamente no quanto de sofrimento um ser vivo teve que passar para que aquele alimento chegasse até às pessoas. Um dia a menos de carne, só na rede Bom Prato, significaria cerca de seis toneladas a menos, o equivalente a 30 vacas adultas. Se somarmos as escolas, quantas e quantas vidas não estaremos salvando, com um simples gesto?”, diz o deputado.

A lei também obriga restaurantes, lanchonetes e bares a fixar em local visível ao consumidor um “cardápio alternativo sem carne e seus derivados”. Caso descumpram esta medida, o texto prevê multa de 300 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps), o que equivale, atualmente, a R$ 7521. O PL 87/2016 aguarda sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB).


Foto: Arquivo Pessoal

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