Bolsonaro veta verba para vacina contra Covid-19 desenvolvida em Ribeirão Preto
Imunizante contra o novo coronavírus é estudado por cientistas da USP e pela startup Farmacore

Bolsonaro veta verba para vacina contra Covid-19 desenvolvida em Ribeirão Preto

Anúncio do corte de R$ 200 milhões foi feito na sexta-feira, 23

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou R$ 200 milhões que seriam destinados para o desenvolvimento da vacina contra Covid-19 “100% brasileira”, divulgada em março deste ano pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. À época, o Palácio do Planalto enfatizou que a vacina apoiada pelo governo federal, desenvolvida por cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e a startup Farmacore, estava avançando. O anúncio foi feito horas depois de o Governo de São Paulo informar que pediria aval para iniciar testes clínicos da Butanvac, desenvolvida pelo Instituto Butantan.

O corte aconteceu apenas um dia após o presidente convidar o ministro Marcos Pontes para participar de sua transmissão semanal nas redes sociais, na quinta-feira, 22, onde o assunto foi, justamente, o imunizante. Durante a live, Pontes já se mostrou preocupado com a manutenção do recurso. “O nosso desafio aqui é o Orçamento. Esse custo é um investimento muito bom para o país. São R$ 30 milhões para essa fase 1 e 2, um ensaio clínico com 360 pacientes, e depois são mais R$ 310 milhões com a fase 3, com 25 mil pacientes. Tenho a esperança agora que isso entre no Orçamento”, declarou. As fases 1, 2 e 3 envolvem testes em humanos, para avaliar a segurança e a eficácia do produto contra o vírus.

Logo após o comentário do ministro, o presidente falou brevemente sobre o Orçamento, sem antecipar que o investimento na vacina seria vetado. “A peça orçamentária para os 23 ministérios é bastante pequena e é reduzida ano após ano. Tivemos um problema no Orçamento no corrente ano, então tem um corte previsto bastante grande no meu entender, pelo tamanho do orçamento, para todos os ministérios. Todo mundo vai pagar um pouco a conta disso aí”, disse Bolsonaro.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a avaliação entre defensores da emenda é que a verba permitiria a criação de uma futura vacina, domínio da tecnologia para as variantes brasileiras do vírus e a produção nacional rápida e com logística melhor para imunizar a população, condição necessária para a retomada econômica do país.


Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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