Câmara aprova projeto que desobriga o uso de cadeirinhas em trenzinhos
De autoria de Adauto Marmita (PR), o projeto altera a redação de uma lei sancionada em 2013, que regulamentava a atividade

Câmara aprova projeto que desobriga o uso de cadeirinhas em trenzinhos

A votação ocorreu na sessão dessa terça-feira, 2, e causou bate-boca e troca de acusações entre os vereadores

A Câmara dos Vereadores de Ribeirão Preto aprovou, nessa terça-feira, 2, um projeto de lei que desobriga o uso de cadeirinhas para crianças menores de sete anos nos veículos conhecidos como “trenzinhos”.

De autoria do vereador Adauto Marmita (PR), o projeto altera a redação de uma lei sancionada em 2013, que regulamentava a atividade dos trenzinhos na cidade. A proposta edita o trecho em que se exigia o uso obrigatório das cadeirinhas para crianças menores de sete anos nos trenzinhos.

Um dos argumentos levantados pelo vereador foi uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Conatran), de 2008. Segundo o órgão, os veículos de transporte coletivo que tenham até 3,5 toneladas não precisam, obrigatoriamente, utilizar a cadeirinha.

“Já pensou trinta cadeirinhas instaladas em um trenzinho? Se acontece um incêndio? O uso da cadeirinha talvez seja bom, talvez seja ruim. O trenzinho já tem segurança, já tem o cinto”, comentou Marmita. O vereador também alegou que o projeto põe fim às multas excessivas recebidas pelos motoristas.

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Descarrilhou

Porém, o projeto causou incômodo na vereadora Gláucia Berenice (PSDB), uma das autoras da regulamentação em 2013. Segundo a parlamentar, o assunto vem sendo trabalhado por ela nos últimos dois mandatos na Câmara.

Gláucia se negou a votar no projeto, que teve o pedido de urgência aprovado, alegando que deveria ser melhor discutido. Para a vereadora, Marmita “passou por cima” do trabalho dela.

"Não passei por cima do trabalho de ninguém não. Qual que é, Gláucia? É dor de cotovelo?", respondeu Marmita. Entretanto, poucos minutos depois, o vereador se desculpou, e afirmou que falou no calor do momento.

A discussão prosseguiu na Câmara. Gláucia alegando que não foi chamada para participar do projeto em uma área que ela atua há anos, e Marmita alegando que iria chamá-la, mas não teve tempo.

Em certo momento, enquanto Gláucia estava com a palavra, Marmita a interrompeu – minutos antes, o parlamentar não aceitou ser interrompido pela vereadora –, o presidente da Casa, Lincoln Fernandes (PDT), também intercedeu durante a fala.

“A questão é técnica ou pura vaidade política?”, questionou Fernandes. Gláucia respondeu que não se tratava de vaidade e que apenas exigia ser consultada antes por Marmita.

Outro autor da antiga regulamentação, o vereador Marcos Papa (Rede) pediu que os colegas respeitassem a fala de Gláucia. Todavia, o clima só esquentou.  “Eu sou o presidente e estou participando da discussão, a palavra não foi concedida ao senhor”, exaltou Fernandes.

Aprovado

Apesar das discussões, o projeto foi aprovado. Os vereadores Boni (Rede), Jorge Parada (PT) e Bertinho Scandiuzzi (PSDB) se abstiveram, Gláucia se negou a votar e o restante votou sim ao projeto.

 


Foto: Allan S. Ribeiro/Câmara Ribeirão

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