Por unanimidade, Câmara de Ribeirão Preto rejeita contas de Dárcy Vera
Parecer do Tribunal de Contas ressalta aumento de 33,5% do déficit financeiro do município

Por unanimidade, Câmara de Ribeirão Preto rejeita contas de Dárcy Vera

Vereadores acataram parecer do Tribunal de Contas, que apontou ‘inconsistências’ nos dados referentes ao ano de 2014

A Câmara Municipal de Ribeirão Preto rejeitou as contas da ex-prefeita Dárcy Vera referentes ao ano de 2014, em sessão nesta segunda-feira, 17. O orçamento já havia sido questionado anteriormente pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, acolhendo o julgamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), que apontou inconsistências.

O TCE-SP já havia apreciado as contas do governo Dárcy Vera referentes a 2014 nos anos de 2016 e 2017. No parecer, o tribunal disse que havia incongruência quanto à ausência de contabilização de dívidas da prefeitura com o Instituto de Previdência dos Municipiários de Ribeirão Preto (IPM) e com a Companhia de Desenvolvimento de Ribeirão Preto (Coderp).

De acordo com o TCE-SP, houve a ocultação da dívida de R$ 58,3 milhões, o que, de acordo com o tribunal, descumpriria os princípios da transparência fiscal. Além disso, o relatório diz que foi constatado o aumento de 33,5% do déficit financeiro do município, atingindo a marca R$ 217,6 milhões.

Na Câmara, a Comissão de Finanças e Orçamento pediu que essas contas fossem rejeitadas. O que ocorreu em votação realizada nesta segunda, por unanimidade.

A defesa de Dárcy Vera foi representada pelo advogado Rafael Gabarra, que se apresentou para realizar o procedimento, já que a ex-prefeita não apontou defensor, afirmando que, pelo fato de estar presa em Tremembé, estaria impossibilitada. Gabarra afirmou que os problemas apontados pelo TCE-SP se devem à diminuição na arrecadação de impostos pelo município e não em razão de problemas administrativos.

No relatório, o advogado disse que a dívida no IPM foi contornada com um acordo para o parcelamento, já quitado. Sobre o débito com a Coderp, ele alegou que foram instituídos estudos para averiguar a situação, inclusive pelo atual Governo, e que, quando concluídos, serão informadas as causas.

Já com relação ao déficit no orçamento, a defesa alegou que o município recebeu análise positiva “B+” do I-Fiscal, sistema de avaliação do TCE-SP, ficando entre as cidades de grande porte com nota mais alta. "Assim como vários presidentes sofrem coma questão do orçamento, os prefeitos, todos que passaram, e o que está hoje, têm dificuldades para lidar com as questões das contas. Evidentemente, falhas podem ocorrer, o fato é que aqui nós sustentamos a ausência de culpa da ex-prefeita”, afirmou o advogado.


Foto: JF Pimenta/ Prefeitura Ribeirão

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