Com domínio da oposição, Câmara aprova tramitação de duas novas CPIs
Uma investigação será sobre possível fraude em licitação do Daerp e outra sobre estações de embarque perto da catedral metropolitana
Com a ausência de nove vereadores da base aliada, suspensos de suas funções públicas e impedidos, pela Justiça, de frequentarem repartições públicas por serem investigados em suposto esquema de fraude e corrupção, a Câmara de Ribeirão Preto aprovou, na sessão desta terça-feira, 13, a tramitação imediata de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).
Os 13 vereadores votaram a favor da instalação, muito embora alguns se mostrassem contrários. Agora serão oito as investigações em andamento na Casa. Pelo Regimento Interno, apenas cinco podem tramitar ao mesmo tempo. Mas com aprovação do plenário, outras podem ser instaladas.
No mês passado, em uma manobra da bancada de apoio à prefeita Dárcy Vera (PSD), os vereadore aprovaram a tramitação simultânea de 13 comissões, mas com instalação apenas após a eleição de 2 de outubro. Agora pelo menos mais duas vão funcionar.
Uma CPI, proposta pelo vereador Marcos Papa (Rede), investigará justamente a licitação do Daerp suspeita de ter sido fraudada com o objetivo de desviar recursos financeiros da autarquia para distribuição a agentes políticos e que é investigada pela Operação Sevandija.
A licitação, já questionada na Justiça pela oposição, tem valor aproximado de R$ 80 milhões, mas o contrato com a Aegea Engenheria, vencedora da licitação, foi suspenso pela Justiça enquanto a investigação estiver em andamento. Em primeira instância a Justiça até suspendeu a licitação por liminar, que acabou cassada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
A outra CPI, requerida pelo vereador Rodrigo Simões (PDT) investigará a insistência da Prefeitura em construir estações de embarque e desembarque de passageiros do transporte coletivo urbano nas proximidades da catedral metropolitana.
A “briga” é antiga e a Prefeitura já está construindo as plataformas em um dos locais planejados, na rua Visconde de Inhaúma. Também está prevista a construção na rua Américo Brasiliense, já autorizada, e na rua Florêncio de Abreu, ainda sem autorização do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).
Fotos: Ibraim Leão e Guto Silveira
