Construção de anexo da Câmara caminha para CPI
Construção de anexo da Câmara caminha para CPI

Construção de anexo da Câmara caminha para CPI

Obra está avaliada em R$ 6,8 milhões, mas a empresa responsável pelo serviço pediu mais R$ 2,9 milhões para conclusão

A construção do anexo da Câmara Municipal de Ribeirão Preto deve ganhar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar mudanças no memorial descritivo da obra que ocorreram sem a autorização, de acordo com relatório realizado pela Mesa Diretora da Câmara Municipal. A construção do anexo está avaliada em R$ 6,8 milhões, mas a empresa responsável pelo serviço pediu mais R$ 2,9 milhões para conclusão.

Segundo o vereador e primeiro secretário da Câmara, Otoniel Lima (PRB), responsável por analisar os contratos da obra, foram identificados erros desde quando a obra foi licitada, o que teria aumentado os custos do projeto em R$ 3 milhões, já que o prédio não contava com detalhes, como sistema de incêndio e rampa de acesso para pessoas com dificuldade de mobilidade, e apresentou erros de cálculos na fundação. Também não tinha a espaço para a instalação de ar condicionado e fiação elétrica.

Na próxima semana, começará uma auditoria para avaliar a situação do contrato com a construtora, que pediu R$ 2,9 milhões para entrega da obra com o acabamento. “É preciso uma auditória até para dar seguimento a possível CPI. Temos de dar a responsabilidade para quem fez esse projeto. Talvez tivesse sido melhor não construir este anexo, e sim reformar o prédio já existente”, afirmou Lima.

“A CPI é um caminho natural depois da auditoria. Precisamos entender o que fizeram com o prédio da Câmara. Não tiveram respeito nenhum com o dinheiro público”, afirmou o vereador. O presidente da Casa, o vereador Rodrigo Simões, disse que não há previsão para o retorno das obras, em razão da conclusão da auditoria, cujo valor será apresentado na próxima semana.

“Por má fé, os 27 vereadores estão pagando, e isso não pode ficar desta forma, já que é inadmissível o jeito que esse projeto foi conduzido”, afirmou Simões, que recordo que na legislatura anterior chegou a questionar as mudanças no descritivo, que teriam sido autorizadas pela Secretaria de Obras, responsável pela fiscalização.

Corte de R$ 1 milhão e gabinetes

Simões também disse que a Câmara passará por dificuldades em 2017, principalmente para abrigar os cinco novos vereadores, já que falta até mobiliário para os novos gabinetes. “A Câmara não se preparou para o aumento de vereadores”, disse. A Mesa também informou que alguns gastos serão cortados, como a não renovação de contratos.

Entre os acordos que não serão revistos, estão a diminuição do contrato em R$ 325 mil com uma empresa de propaganda, e a não renovação do acordo de retransmissão do conteúdo da TV Câmara com a TV Thati, estimado em R$ 646 mil anuais, a justificativa é o desligamento do sinal analógico de televisão, que deixaria a transmissão do conteúdo em duas emissoras na mesma frequência.


Foto: Leonardo Santos

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