CPI ouve ex-secretário de Dárcy e determina acareações
Abranche Fuad Abdo, ex-secretário de Obras no governo Dárcy Vera, foi ouvido pelos vereadores
A CPI (Comissão Parlamentar Inquérito) do Anexo da Câmara de Ribeirão Preto, que investiga possíveis irregularidades na construção de um novo prédio para o Legislativo, ouviu três pessoas na nesta quinta-feira, 16, entre elas o ex-secretário de Obras do governo Dárcy Vera, Abranche Fuad Abdo. Os depoimentos reforçaram as informações no sentido de que os envolvidos na obra sabiam das falhas no projeto e no aumento dos custos.
Por causa das novas informações, a CPI determinou que serão feitas acareações entre algumas testemunhas e investigados, para rápida elucidação do caso. O pedido foi feito pelo relator da CPI, Isaac Antunes (PR), ao presidente da comissão, Otoniel Lima (PRB). Lincoln Fernandes (PDT), Adauto Marmita (PR) e Maurício Vila Abranches (PTB), os demais membros da CPI, aprovaram o pedido.
No depoimento, Abranche informou à CPI que se chegou a discutir que o valor ideal para a construção do novo prédio e melhorias no atual chegaria a R$ 14 milhões. Porém, a licitação lançada definiu o valor de R$ 6,8 milhões - quase tudo já foi pago e o prédio está distante de ficar pronto.
Abranche, que como secretário de Obras era responsável pela aprovação do projeto, ainda disse que, na opinião dele, o anexo só ficará pronto com um valor total perto da casa dos R$ 11 milhões.
Ele ainda confirmou à CPI que foi sócio-fundador da Cedro, responsável pela construção da Câmara e disse que ela foi responsável por "sete ou oito obras" na prefeitura, enquanto ele foi secretário, mas tratou o fato como coincidência.
Os outros dois depoimentos foram da engenheira Rogéria Maria Soares Frateschi, fiscal da secretaria de Obras, e Clodoaldo Saad Franklin Almeida, que é engenheiro por formação, mas é concursado como motorista do Daerp e estava empresato na Câmara e auxiliou a antiga direção na fiscalização da obra.
À CPI, Clodoaldo confirmou que, mesmo emprestado para ser motorista a pedido do ex-presidente da Câmara Walter Gomes, ele desempenhava várias funções, entre elas de dar sugestões para a obra e que foi chamado para participar de algumas fiscalizações. Porém, ele informou que no período não era permitido a ele emitir nenhum tipo de documento, já que o cargo dele era de motorista.
Os depoimentos desta quinta-feira também foram marcados pela acusação de que o projeto elaborado pela empresa Contec não era bom. Na última quarta-feira, a CPI ouviu os representantes da Contec que informaram que não havia nenhum tipo de problema no projeto e que foi feito o que a antiga direção da Câmara pediu.
A troca de acusações é um dos motivos que fez a CPI determinar que sejam feitas acareações entre os depoentes. As datas ainda serão definidas.
Foto: Câmara de Ribeirão Preto