CPI que apura atendimento na saúde pede quebra de sigilo telefônico

CPI que apura atendimento na saúde pede quebra de sigilo telefônico

Devem ser fornecidos dados de telefones utilizados para 'lembrar' pacientes sobre consultas; Gerente nega que pacientes sejam avisados

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) quer saber se os pacientes são lembrados de consultas agendadas pela rede municipal de saúde. O presidente da Comissão, Ricardo Silva (PDT) determinou a quebra do sigilo telefônico de linhas que seriam utilizadas para a prestação de serviços.

A quebra do sigilo foi solicitada porque na semana passada a CPI recebeu a informação de que a Secretaria da Saúde lembra os pacientes de consultas agendadas. Um dos fatores alegados pelo setor para a demora em agendamento – objeto da CPI – se dá em função do absenteísmo (ausência de pacientes às consultas agendadas).

“Queremos as informações dos telefones utilizados para o aviso de retorno dos pacientes para saber se existe mesmo o aviso”, disse o vereador na abertura de uma reunião da CPI na tarde desta quinta-feira, 7, quando prestaram depoimento Carlos Eduardo de Oliveira, gerente do Núcleo de Gerenciamento Assistencial (NGA-59), e Guilherme Gonçalves Conceição, gerente da Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) da Vila Virgínia.

Carlos Eduardo relatou aos vereadores que em sua unidade não há avisos a pacientes com consultas agendadas. E apontou que o NGA enfrenta dificuldades com algumas especialidades, sendo a principal delas a Neurologia, onde faltam profissionais.

“Na minha gestão, faltam profissionais. Há um cobertor curto. Não sei o que é necessário (para mudar a situação). Não sei se aumento salários, melhores condições de trabalho. Também tem ocorrido roubos a unidades”, disse.

Segundo ele, nos últimos dois anos a unidade perdeu os quatro profissionais contratados, dois por aposentadoria e dois que pediram exoneração. Ele também contou já ter o seu quadro de médicos reduzido em 20 pessoas no período, por falta de reposição dos governos estadual e federal.

Já o gerente da UBDS da Vila Virgínia fez um resumo do trabalho desenvolvido na unidade e registrou que o aviso de retorno a pacientes é difícil porque eles sequer são encontrados, porque muitos até mentem o endereço.

“A informatização seria um ganho grande (para avisar os pacientes). Mas o vínculo maior do paciente com o médico é mais importante”, afirmou Guilherme Gonçalves.


Foto: Divulgação

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