CPI que investiga Daerp ouve assessores da autarquia nesta quinta, 24
Vereadores analisam contrato do Daerp com a Aegea Engenharia; sindicância da autarquia aponta diferenças contratuais de R$ 16 milhões
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, que investiga irregularidades nos contratos do Daerp com a empresa Aegea Engenharia, alvo de investigação do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Federal, na Operação Sevandija, ouve representantes da autarquia nesta quinta-feira, 24.
Serão ouvidos o assessor jurídico do Daerp, Daniel Brondi, e os fiscais nomeados para acompanhar o contrato assinado em 2014. Brondi era responsável por contratos da Daerp, no período em que foi feita a negociação entre a autarquia e a empresa Aegea Engenharia.
Marcos Papa, presidente da comissão, acredita que o advogado detenha informações importantes sobre o contrato, já que analisou o fechamento do acordo. Os outros vereadores que fazem parte da CPI são Bertinho Scandiuzzi (PSDB), Rodrigo Simões (PDT), Beto Cangussu (PT) e Paulo Modas (Pros).
“Queremos entender como foi possível surgir tantas fraudes em uma única peça, sendo que a autarquia contava com, além de um advogado especializado em sua função, outros profissionais que foram nomeados para fiscalizar o contrato”, questiona Papa.
A CPI quer ouvir também os cinco fiscais do Daerp, porque seus nomes constam como designados para o contrato, mas não participaram com essa função e, mais tarde, após deflagrada a Operação Sevandija, foram encarregados de entregar uma auditoria em que os relatórios apontavam irregularidades sobre porcentagens medidas e executadas em vários itens da obra.
Sindicâncias internas realizadas pelo próprio Daerp apontam que foram diagnosticadas diferenças contratuais de 24% do valor licitado - aproximadamente R$ 16,8 milhões - sem contar aditivos e reajustes.
A Aegea Engenharia nega qualquer recebimento indevido em relação ao contrato que mantém com a autarquia e diz que contratou auditorias externas para analisar o caso e que está à disposição das autoridades e do Daerp para colaborar para ajudar esclarecer o caso.
Foto: Arquivo Revide