Diretores da Aegea prestam depoimento em CPI protegidos por habeas corpus

Diretores da Aegea prestam depoimento em CPI protegidos por habeas corpus

Presidente e diretor financeiro da empresa falarão sobre concorrência do Daerp que é investigada também pela Operação Sevandija, da PF e do Gaeco

Hamilton Amadeo e Flávio Crivelari, respectivamente presidente e o diretor financeiro e de relações com os investidores da empresa Aegea Saneamento e Participações S/A, prestam esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na concorrência nº 01/2014 do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp), nesta quinta-feira, 8.

Marcos Papa espera obter esclarecimentos sobre a concorrênciaOs dois, no entanto, não terão que cumprir o compromisso com a verdade, uma vez que conseguiram habeas corpus para responder na condição de investigados. Para o presidente da CPI, o vereador Marcos Papa, é natural que qualquer um que se sinta intimidado em circunstâncias como essas, apele para o Judiciário para se auto proteger.

No entanto, o vereador destaca que em todas as oitivas realizadas pela CPI, ele deixa claro que o depoente não é obrigado a construir provas que possam incriminá-lo.

 “Na minha concepção quem não deve, não teme. Não há motivos para esta ação contra a CPI. A nossa intenção é descobrir quem foram os corruptores deste contrato fraudulento, contribuir com as investigações da Polícia Federal e construir caminhos para que esse tipo de bandalheira não volte ao cenário da nossa cidade”, afirma Papa.

A concorrência que gerou um contrato (hoje suspenso) de aproximadamente R$ 70 milhões, também é investigada pela Operação Sevandija, da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual.

A CPI quer saber até que ponto a diretoria da Aegea tinha ciência das fraudes cometidas contra o município, uma vez que os valores do contrato com o Daerp fazem parte do balanço da empresa do ano de 2015. Além disso, com base no depoimento do atual diretor técnico do Daerp, Igor Asse, a CPI foi cientificada que a Aegea recorreu à justiça também por não concordar com os resultados da auditoria realizada pela nova superintendência do Daerp.

Este relatório aponta que o Daerp foi lesado neste contrato em mais de R$ 16 milhões, e a postura da Aegea é de não aceitar tal resultado e insistir na cobrança.

“Verdade é que, milhões foram usurpados da nossa cidade sob a maquiagem de uma licitação suspeita desde o início e, conforme informaram os fiscais do Daerp, com obras sem qualquer fiscalização ou controle específico. Isso indica corrupção, pela qual a população de Ribeirão Preto não pode ser injustamente penalizada”, comenta o vereador.


Foto: Divulgação

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