"Eu não vejo ninguém com liderança nacional que possa levar o País para a frente", diz Gandini
Em visita à Revista Revide, João Gandini afirmou que não vê novidades na política

"Eu não vejo ninguém com liderança nacional que possa levar o País para a frente", diz Gandini

Juiz aposentado assumiu a presidência do PHS em Ribeirão Preto e é pré-candidato a deputado estadual

O juiz aposentado João Gandini acredita que os candidatos que se apresentaram para disputa presidencial não trazem nenhuma esperança de renovação ou de liderança democrática para levar o Brasil de volta aos eixos - o que, de acordo com ele, vai na contramão dos anseios da população.

Gandini, que é pré-candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS), do qual assumiu a presidência em Ribeirão Preto, visitou a Revista Revide. O candidato derrotado à prefeitura de Ribeirão nas duas últimas eleições se mostra preocupado com a situação política do País.

“De um lado você tem o Ciro, que não é renovação. Tem a Marina, que já estava aí, o Bolsonaro não é novidade. Para mim é o maior retrocesso que o País pode ter e já chegou no teto. Na hora do debate, ele não vai conseguir. Eu não vejo ninguém aí com uma liderança nacional que possa levar este País para a frente. Estamos em uma situação muito difícil. Ou um desses aí vai se mostrar o líder razoável, ou vai aparecer alguém no meio dessa balbúrdia”, declarou Gandini.

O juiz aposentado ainda afirmou que uma expectativa era o nome do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que ensaiou uma candidatura, mas anunciou, no início de maio, que não disputará as eleições. No entanto, ele ainda diz que não via alguém com capacidade de negociar com o Congresso Nacional.

“O Joaquim era um nome, mas eu não via com bons olhos. Uma coisa era ser direito, honesto. Outra coisa é ter experiência política para lidar com o mundo da política. A experiência do dia a dia da política ele não tinha. Como é que ele iria comandar o congresso? Não vejo como presidente com o mínimo da vivencia política”, explicou. “Mesmo eu, que sai do gabinete e ia para rua, ainda acho que tinha uma vivencia mínima”, concluiu.

Estado

Gandini acredita que, no Estado de São Paulo, a situação é na mesma na busca pelo governo. Ainda assim, ele aponta que a tendência que o PHS, partido a que está filiado, apoie o atual governador Márcio França (PSB), pelo fato de o partido de França ser um aliado do PHS. Já para a disputa federal, ainda são discutidos nomes, como de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede), “que é a única que passou pelo 'mensalão' e 'petrolão' e está limpa. Ela aceita tanto votos de esquerda quanto de direita”.

“O Alckmin não está decolando. Para você ser presidente, precisa de apoio de seu Estado e o Alckmin não é aprovado aqui. A educação está o caos, a segurança também, embora tenha os menores índices de homicídio do Brasil, você não pode comemorar ser o melhor dos piores. E o Alckmin não faz algo de novo. Pelo contrário, ele esvaziou a Polícia Civil”, analisou o juiz aposentado.

Já sobre o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), Gandini acredita que tenha chegado no teto e que, dificilmente, a partir do início dos debates, conseguirá aumentar a aceitação.

“O Bolsonaro era o contraponto do Lula. Ele explora bem as redes sociais, mas acho que ele chegou no limite. Eu não acho que ele passe dos 18%. Uma vez que o debate avance, as pessoas vão ver as propostas e notar que não é assim que as coisas funcionam. Acho mais fácil o Alckmin subir do que o Bolsonaro ganhar musculatura. Até por falta de opção. Se o centro não tiver opção, vai ter de investir no Alckmin. Mas depende muito do avanço dos inquéritos da Lava-Jato nos próximos meses”, concluiu.


Foto: Roberto Galhardo

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