Ex-ministro da Agricultura foi quem apresentou Temer a Joesley Batista
Ex-ministro da Agricultura foi quem apresentou Temer a Joesley Batista

Ex-ministro da Agricultura foi quem apresentou Temer a Joesley Batista

Presidente também teria pedido pagamento de “mesada” para Wagner Rossi

O ex-ministro da Agricultura no Governo Luiz Inácio Lula da Silva, Wagner Rossi, que é pai do deputado federal Baleia Rossi (PMDB), foi quem apresentou o empresário Joesley Batista ao presidente Michel Temer (PMDB), quando este era deputado, em 2010. Na ocasião, o empresário tentou se aproximar do governo para conseguir emplacar interesses do frigorífico do qual é dono.

O fato está registrado no Anexo 9 da delação de Joesley Batista para a Procuradoria Geral da República, que mostra que desde então, Temer e o empresário começaram a manter contato “pautado em interesses comuns”, segundo o documento, que foi divulgado nesta sexta-feira, 19, pelo site O Antagonista.

Na delação, Joesley afirmou que Temer pediu para que o empresário pagasse uma mesada de R$ 100 mil por mês para o ex-ministro, assim que este deixou o ministério, em 2011, quando Temer já era vice-presidente de Dilma Rousseff.

Por volta do meio-dia desta sexta-feira, 19, o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou a íntegra da delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do grupo JBS, controlador do frigorífico Friboi. A medida foi tomada após o ministro Edson Fachin homologar os depoimentos, firmados com a Procuradoria-Geral da República (PGR). São cerca de 2 mil páginas. As oitivas foram gravadas em vídeo.

Em nota, o ex-ministro Wagner Rodrigues afirmou que conheceu Joesley quando era o responsável pela Agricultura no governo federal. "Era um grande empresário do setor, de trato cordial, que demonstrou interesse em conhecer o então deputado Michel Temer, presidente do meu partido. Não vi problema nisso. É importante ressaltar, aliás, que o próprio texto da delação não diz que eu tenha participado da reunião para tratar de qualquer ilícito. Logo após deixar o ministério, Joesley me procurou e ofereceu para que eu fosse trabalhar com ele. Nessa oportunidade, agradeci o convite e declinei, pois estava cumprindo quarentena", afirmou.

Ainda em nota, Rossi afirmou que prestou por alguns meses colaboração remunerada a uma das empresas do grupo JBS, assim como diversos outros profissionais que deixam cargos no governo e reingressam na iniciativa privada. Ele destaca que encerrou sua atividade pública e está aposentado há quase seis anos.

Notícia atualizada às 17h35 de 19 de maio de 2017.


Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

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