Integrantes do MST bloqueiam rodovia Anhanguera em RP

Integrantes do MST bloqueiam rodovia Anhanguera em RP

Protesto principal aconteceu de manhã, mas protesto continuou à tarde; ato contra impeachment também lembrou massacre ocorrido há 20 anos no Pará, contra sem-terra

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) realizaram na manhã desta sexta-feira, um protesto na rodovia Anhanguera, em Ribeirão Preto. De acordo com os organizadores, 150 pessoas participaram da manifestação. A concessionária que administra o trecho da rodovia estimou em 100 pessoas os participantes. No período da tarde os manifestantes permaneceram no local, sem bloquear a estrada.

O ato foi contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e em lembrança ao massacre de Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido em 17 de abril de 1996, quando 21 sem-terra foram assassinados enquanto participavam de uma manifestação exigindo reforma agrária. Outras organizações que integram a Frente Brasil Popular também participaram da ação, segundo nota do MST.

A manifestação teve início por volta de 9h da manhã e foi encerrada antes das 11h, quando as pistas foram liberadas. O protesto provocou congestionamento de cerca de 2 quilômetros e a as polícias Militar e Rodoviária, com a ajuda de funcionários da concessionária, orientaram os motoristas. Para impedir o trânsito de veículos foram utilizados galhos e pneus velhos.

Os manifestantes portaram bandeiras do MST e usaram camisetas na cor vermelha. Também gritaram frases contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Atentado

O ato tem o objetivo de, além de relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, denunciar os 20 anos de impunidade dos responsáveis pelo massacre. Os militantes também exigem justiça pelos crimes cometidos em Quedas do Iguaçu (PR), no último dia 7 de abril deste ano.

Nesta ocasião, dois sem-terra foram assassinados por uma emboscada da Polícia Militar do Paraná. Outras seis pessoas ficaram feridas. Vildar Bordim e Leomar Bhorbak foram assassinados por jagunços da empresa Araupel e pela PM.

Em nota, a direção estadual do MST afirmou que “neste ano de 2016, a luta por justiça e reforma agrária se coloca como um elemento fundamental da luta pela democracia e contra o golpe em andamento no país. Os setores conservadores buscam promover o impeachment para fazer avançar uma agenda política de ataques aos direitos sociais, trabalhistas e humanos que a muito custo foram conquistados pela população”.

Foto: Bruno silva

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