Movimentos sociais e políticos protestam contra a Reforma da Previdência em Ribeirão Preto
Manifestantes se posicionaram contrários à Reforma na Previdência, dentre outras pautas sociais

Movimentos sociais e políticos protestam contra a Reforma da Previdência em Ribeirão Preto

A concentração teve início às 9h, na Câmara dos Vereadores; o percurso terminou por volta das 11h, na prefeitura do município

O movimento de Greve Geral convocado por centrais sindicais e partidos políticos em todo o Brasil promoveu nesta sexta-feira, 14, uma passeata em Ribeirão Preto. A concentração teve início às 9h, na Câmara Municipal. O destino da manifestação foi o Palácio do Rio Branco, sede da prefeitura, por volta das 11h.

A principal pauta dos grevistas era a Reforma da Previdência, proposta pelo governo federal. Manifestantes e líderes sindicais se posicionaram contrários ao modelo proposto pelo ministro da Fazenda Paulo Guedes. Segundo informações da Central Única dos Trabalhadores (CUT), cerca de 300 municípios aderiram ao movimento em todo o País.

Uma das propostas mais criticadas pelos grevistas é a mudança na idade mínima para aposentadoria. Com a reforma, a idade será de 62 anos para mulheres e 65 para homens, tanto na iniciativa pública quanto na privada, e com um período de transição de 12 anos.

Para Estevam Campos, assessor da deputada federal Samia Bonfim (PSOL) e mestrando da USP de Ribeirão Preto, a reforma é pior para os pobres e mulheres. “Essa reforma tem atacado os mais pobres, diminuindo o salário e atrasando o acesso, principalmente, para as mulheres, com o aumento da idade mínima", afirma.

Para Campos, existem outros meios para chegar à economia estimada pelo ministro Guedes no valor de R$ 1 trilhão. “Temos propostas de taxação de lucros e dividendos, grandes fortunas e cobrando IPVA de jatos e helicópteros particulares. Essa Reforma é uma transferência de renda ao contrário, toda a economia que eles querem fazer é para pagar os juros da dívida. Todo o dinheiro irá para os bancos, muitos deles, inclusive, são devedores do INSS”, conclui.

Para o professor e ex-vereador pelo PDT, José Antônio Lages os diferentes grupos presentes no protesto dão “legitimidade” ao ato. “É um movimento que pega mais a questão da Reforma, mas todas essas medidas do atual governo tem uma forte ligação entre elas. Que é a retirada de direitos das minorias, da classe trabalhadora e os cortes da educação. Por isso, há uma grande ligação entre todos esses setores”, avalia Lages.

No ato, dentre os vários movimentos participantes estavam: CUT, Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeosp), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CUT), Movimento Sem Terra (MST), Frente Nacional de Lutas no Campo e Cidade (FNL) Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista Brasileiro (PCB), além de movimentos estudantis e a favor das mulheres.

O coordenador da FNL em Ribeirão Preto, Valdir Amaral declara que também é contra a Reforma da Previdência. “Nós estamos participando da luta, porque embora estejamos no campo, não deixamos de ser trabalhadores. Mas eu entendo que essa reforma também vai pesar para quem mora na cidade e tem que pagar água, luz, aluguel, alimentação e remédios. Com essa miséria que o governo quer impor, ou o trabalhador vai morrer de fome ou sem medicamento”, critica.

O recente anúncio de possíveis cortes nas verbas discricionárias da educação federal também foram alvo de críticas dos grevistas. Para Márcio Silva, presidente do Conselho Municipal de Educação, o aumento na idade mínima afeta, principalmente, as professoras da educação fundamental de Ribeirão Preto.

“Nós professores somos afetados tanto pelos cortes quanto pela reforma, essas lutas são bandeiras do Conselho. O aumento do limite para a aposentadoria, afeta principalmente as professoras e a qualidade no ensino”, declara.


Fotos: Paulo Apolinário

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