Na região, além de Ribeirão, ex-prefeitos também são alvos da justiça
Na região, além de Ribeirão, ex-prefeitos também são alvos da justiça

Na região, além de Ribeirão, ex-prefeitos também são alvos da justiça

Em Pontal e Barretos, ex-chefes do Executivo vão ao tribunal

Não é apenas em Ribeirão Preto que ex-prefeitos estão implicados na justiça. Na região, políticos de outros municípios também têm de se explicar após investigação do Ministério Público. Em Pontal, o Tribunal de Justiça de São Paulo aplicou a pena de 10 anos a um ex-prefeito por desvios; em Barretos, ex-chefe do Executivo sofre bloqueio milionário.

A pedido do Ministério Público Federal, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região suspendeu, no último dia 18, a decisão da 1ª Vara Federal de Barretos que havia determinado o desbloqueio de bens no valor de R$ 14,9 milhões de 16 requeridos em ação de improbidade administrativa sobre desvios e má aplicação de recursos públicos na construção do Contorno Ferroviário da cidade, obra nunca concluída e inutilizável.

O bloqueio de bens restabelecido pelo TRF-3 atinge o ex-prefeito de Barretos, Uebe Rezeck, dois ex-secretários municipais, entre funcionários de uma construtora.

Já no caso de Pontal atinge o ex-prefeito Antonio Frederico Venturelli Junior, e a esposa dele, ex-primeira-dama e ex-secretária de Promoção Social do município.

O Ministério Público denunciou os acusados em uma investigação contra o casal após ter recebido uma notícia de que ambos haviam desviado, de forma reiterada, recursos públicos que deveriam ser destinados ao Fundo Social de Solidariedade. A gestão de Venturelli foi marcada por diversas ilegalidades que culminaram com o ajuizamento de ações civis e criminais contra o ex-prefeito.

O inquérito apurou que o ex-prefeito e a ex-primeira-dama utilizavam o bosque municipal como estacionamento particular durante as Festas de Peão realizadas no município, mediante a cobrança de valores que, segundo noticiado, seria destinado ao Fundo de Solidariedade. Na verdade, os investigados apropriaram-se dos valores, incorrendo no crime de peculato.

Em primeiro grau, Antonio Venturelli foi condenado a 15 anos de reclusão em regime fechado e a ex-primeira-dama a 10 anos de reclusão, também em regime fechado. Os dois recorreram. Agora, o TJ julgou o apelo e manteve a condenação da ex-primeira-dama e a do ex-prefeito foi reduzida a 10 anos de reclusão, em regime fechado.

Outro lado

O ex-prefeito de Barretos, o médico Uebe Rezek, afirmou que a obra foi concluída, e chamou a situação de “surreal”, já que o bloqueio pedido pelo MPF refere-se à construção de um contorno ferroviário, que, para que fosse construído, precisou de uma permuta junto a uma empresa administradora de rodovias. O custo foi de R$ 12 milhões, em 1999, que Rezek garante ter sido uma fração do valor praticado no mercado. “Estamos vivendo uma desorganização total do Brasil. A obra foi feita. Essa denúncia foi uma malandragem de um vereador, que era do mesmo partido do ministro dos Transportes, e queria pedir verbas dizendo que era para ‘reparar erros no projeto’, porém isso não é mais de responsabilidade do município, e sim da empresa que assumiu a ferrovia. Hoje em dia ninguém mais pega documento, faz investigação, não houve conversas com ninguém. A obra está lá, só ir ver. Eu vou entrar com uma ação para reverter esse bloqueio. É uma situação surrealista. Mandei até um drone para filmar sobre a obra”, explicou Rezek.

Já o ex-prefeito de Pontal, Antonio Venturelli Júnior, que também é médico, não foi encontrado nem um consultório particular que atende, nem na Santa Casa de Pontal, onde também trabalha.


Foto: Pixabay

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