"Reajuste de 13% é impraticável para manter pagamentos", diz Nogueira
Nogueira: reajuste de 13% é impraticável para manter pagamentos em dia

"Reajuste de 13% é impraticável para manter pagamentos", diz Nogueira

O prefeito de Ribeirão Preto ainda afirmou que orçamento para o ano 2017 não prevê reajuste

O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), afirmou nesta sexta-feira, 7, que o município não tem condições de realizar o reajuste de 13% nos salários do funcionalismo público, que é cobrado pela categoria, que está em greve desde o dia 30 de março. O prefeito ainda lembrou que o orçamento aprovado pela Câmara para o atual mandato do Executivo não prevê o reajuste.

Nogueira, que participou nesta sexta-feira do IV Encontro dos Municípios com Desenvolvimento Sustentável, da Frente Nacional de Prefeitos, que ocorreu no Instituto da Cana (IAC), disse que que qualquer reajuste além do já proposto pela prefeitura – 2% para salários, 4,69% para vale-alimentação, além dos reajustes dos planos de carreiras – seria uma atitude irresponsável por parte da administração municipal.

“É irrealizável conceder 13%. O município não aguenta dar os 13% de jeito nenhum. Recebemos uma prefeitura que apenas em janeiro nós tivemos que pagar os encargos do mês de dezembro, os encargos do 13º salário, o mês de janeiro e os encargos do mês de janeiro. Foram duas folhas e meia só no primeiro mês de mandato. O orçamento votado pela legislatura anterior não prevê nenhum real para reajuste salarial. Então se tiver que dar algum aumento nós vamos ter que ver de onde tem que tirar. Estaria agindo de maneira inadequada e irresponsável”, explicou o prefeito que apresentou que os 13% requeridos pelos servidores acarretariam em uma soma R$ 152 milhões à folha de Ribeirão Preto, que de acordo com ele já está sobrecarregada.

Leia mais:
Vereadores vestem camisa da greve e aumentam tom com Prefeitura

“Não tenho condições com o atual regime fiscal, na crise econômica, de poder assumir mais compromissos. Já assumi um orçamento com mais de 120% de supervalorização. Se eu não tomasse medidas, nós fecharíamos o ano com um buraco de mais R$ 350 milhões. Cortando despesas e renegociando dividas, economizamos R$ 30 milhões no primeiro bimestre. Se não houver aumento de gasto, ainda assim teremos um rombo de R$ 120 milhões no término deste ano, e eu não quero que Ribeirão Preto amargue o que amargou no ano passado, que é não pagar o salário do servidor, e estamos fazer o maior esforço para pagar os servidores”, argumentou Nogueira.

Ele ainda lembra que desde 2006 os servidores têm acumulado reajustes salariais, sempre de acordo com os índices que medem a inflação ou a mais, e que portanto os servidores não apresentaram perdas salariais no período, além de apontar que Ribeirão Preto paga o segundo  maior ticket alimentação do Estado.

Já quanto à tomada de partido de alguns vereadores em apoio à greve, Duarte Nogueira afirmou que tem conversado com os parlamentares, inclusive com os que fazem oposição ao seu governo, e que acredita que os vereadores terão bom senso para ajudar a procurar uma solução.

“Eu tenho conversando com presidente Rodrigo Simões (PDT) com frequência e com vários vereadores, também, inclusive vereadores que fazem oposição à minha administração. Então, sinto que essas manifestações da parte dos vereadores é motivada pela pressão e embalo da presença dos servidores no plenário, e acaba os inibindo, criando um clima difícil para se manifestar com naturalidade. Mas acredito que grande parte dos vereadores tem bom senso e está nos ajudando a procurar uma solução”, concluiu.


Foto: Rubens Okamoto

Compartilhar: