Nunes e Boulos trabalham as candidaturas de 2024
Foto: Reprodução Internet

Nunes e Boulos trabalham as candidaturas de 2024

A busca é por candidaturas únicas tanto na direita quanto na esquerda

Com a polarização e federações formadas advindas de 2022, a cidade de São Paulo caminha para as eleições de 2014 com o menor número de candidatos à Prefeitura desde a redemocratização do país. Sendo assim, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) já se movimentam. A exploração para garantir as alianças está acirrada para ambos os pré-candidatos, que desde a redemocratização sempre tiveram, em média, 13 candidatos. 


 

Para os pleitos municipais de 2024, no entanto, políticos e especialistas esperam uma disputa com menos concorrentes e marcada pela forte polarização entre Boulos e Nunes, que trabalham para abafar o surgimento de outros nomes em seus campos, tentando, assim, evitar a divisão do eleitorado. Essa estratégia explica, em partes, a escassez de candidatos à Prefeitura se comparado à média histórica da capital paulista. 



 

Guilherme Boulos recebe o apoio do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que não pretende lançar candidato próprio pela primeira vez na história, sendo uma candidatura que já surge congregando parte considerável da esquerda. Do outro lado, Ricardo Nunes busca a aprovação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, para se firmar como o nome de direita na corrida eleitoral na capital paulista.



 

DIVISÃO DO PSDB


 

Além deste cenário, o enfraquecimento do PSDB, que já foi responsável por eleger três prefeitos na cidade, também justifica a diminuição do número de candidatos na cidade de São Paulo. Atualmente, o partido passa por uma disputa interna para saber qual será a estratégia adotada para o próximo ano. O diretório municipal defende apoio à reeleição de Nunes, enquanto que a direção estadual avalia lançar um candidato próprio. 



 

Segundo o presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, a legenda ainda discute o tema e é incerta a posição do partido, porém garante que prefere ter um candidato próprio na disputa. 



 

FIM DAS COLIGAÇÕES E INÍCIO DAS FEDERAÇÕES



 

Alguns cientistas políticos dizem que o fim das coligações para os pleitos proporcionais, a proibição de doações de empresas às campanhas, a criação dos fundos partidário e eleitoral e a implementação da cláusula de barreira são alguns fatores que justificam a diminuição no número dos candidatos por todo o País, o que pode beneficiar Boulos e Nunes. Como os recursos ficaram escassos, os partidos tendem a investir em cidades onde existe maior probabilidade de vitória nas urnas. 



 

O fim das coligações nas eleições proporcionais, como a disputa por uma vaga na câmara municipal, alterou a forma de trabalhar dos partidos. Antigamente, as coligações tinham a função de "puxar votos" para os partidos menores e, sem essa ajuda, as pequenas legendas entenderam que o apoio a um nome forte no pleito majoritário tende a atrair mais votos que o lançamento de um candidato próprio. 



 

Outro fator importante para esta mudança é o surgimento das federações, criada em 2021 com o intuito de permitir que dois ou mais partidos se unam para além das eleições, ou seja, tenham parceria durante a legislatura. Vale ressaltar que a federação é diferente da coligação, porque a primeira obriga que as siglas da aliança atuem como se fossem um só partido.

 

Compartilhar: