Preço do pernil se deve à limpeza da carne, diz chefe da DAE

Preço do pernil se deve à limpeza da carne, diz chefe da DAE

Aliomar Martins afirmou que se sente orgulho da merenda oferecida em RP; MPE abre investigação das compras da divisão

O chefe da Divisão de Alimentação Escolar (DAE) de Ribeirão Preto, Aliomar Martins, respondeu a perguntas de vereadores na Câmara Municipal, sobre a suspeita de superfaturamento na compra de alimentos para merenda escolar do município.

O chefe do DAE foi ao legislativo prestar esclarecimentos, a pedido do vereador Bertinho Scandiuzzi (PSDB), que questiona a abertura de pregão para compra de pernil para a merenda, já que foi constatado que a prefeitura se propôs a pagar um valor 80% maior pelo produto, do que o encontrado do mercado.

Martins afirmou que essa diferença se deve à qualidade do produto, já que o pernil encontrado no mercado comum ainda precisa ser limpo, para a retirada de osso, pele e gordura, o que elevaria os custos em 30%.

Além disso, ele declarou que outros custos são agregados ao valor, como embalagens, transporte e outros tributos. “Tenho orgulho da merenda que servimos as nossas crianças. Uma das melhores do mundo. Tanto que por dois anos seguidos fomos premiados com o prêmio de administração escolar”, lembrou o chefe da divisão.

O vereador Bertinho Scandiuzzi apontou que o questionamento é referente ao sistema como foi feita a licitação, já que de acordo com ele, o Ministério Público Estadual, que abriu inquérito para investigar a compra da merenda, verificou que parte dos produtos estavam com preços acima do praticado no mercado, isso levando em consideração a tabela da Companhia Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

“Não há como aceitar os argumentos apresentados. Bastava que tivessem feito pesquisas no do preço dos produtos no mercado, em confronto com os preços apresentados no orçamento, evitando o superfaturamento dos produtos solicitados”, declarou Scandiuzzi.

Já os vereados Paulo Modas (Pros) e Maurício Gasparini (PSDB) levantaram dúvidas sobre os fornecedores, já que das empresas apresentadas na licitação, duas faziam parte do mesmo grupo, o que de acordo com Aliomar, se explica devido ao pouco número de fornecedores que se dispõe a serem parceiras do município.

“Contamos com fornecedores que participam regularmente de licitações. Tenho que usar as empresas habituais. Sempre são as mesmas, não sei o que acontece. Procuramos diversificar, mas sempre são os mesmos”, explicou o chefe da divisão, que apontou que o DAE é o órgão do município que mais notifica os fornecedores por não respeitarem os contratos vigentes.

“Não tenho compromisso com fornecedor. Eu tenho compromisso com a alimentação escolar, com as escolas e com as crianças”, completou.
 

Fotos: Silvia Morais

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