Prefeito Duarte Nogueira critica PEC do voto impresso
Nogueira classificou medida como um "pretextos para desviar a atenção da sociedade" do momento difícil que o país atravessa
O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), usou as redes sociais para criticar a pressão feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela adoção do voto impresso. Em uma postagem nesta terça-feira, 10, o chefe do Executivo municipal classificou a insistência no voto impresso como um "pretexto par desviar a atenção da sociedade".
"Tenho crença na urna eletrônica. Já ganhei e perdi eleições com ela. Mas jamais contestei o resultado. A discussão sobre o voto impresso é um retrocesso e algo acessório. O principal é apresentar caminhos para os desafios que o país precisa superar. E não arrumar pretextos para desviar a atenção da sociedade pelo momento difícil que o país atravessa", escreveu Nogueira.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, que torna obrigatório o voto impresso, será levada para votação na Câmara dos Deputados nesta terça-feira.
A medida recebeu parecer contrário da comissão especial da Câmara que analisou a PEC, por 23 votos a 11. Apesar de ter sido rejeitado pelo colegiado, o regimento interno da Câmara permite que a matéria seja analisada em plenário. O texto foi apresentado pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR)
Segundo o presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira, “a disputa já foi longe demais” e tem dividido o país. “Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares eleitos legitimamente pela urna eletrônica vão decidir. Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo que deixar o plenário manifestar-se”, declarou Lira.
Tramitação
Com a análise em plenário, a PEC do Voto Impresso precisa ser aprovada por três quintos dos deputados, o correspondente a 308 votos favoráveis, em dois turnos de votação. Caso seja aprovado na Câmara, o texto segue para apreciação do Senado, onde também deve ser analisado em dois turnos e depende da aprovação de, pelo menos, 49 senadores.
Foto: Prefeitura de Ribeirão Preto