Prefeitura suspende compra de carne bovina para merenda

Prefeitura suspende compra de carne bovina para merenda

Suspeita de superfaturamento leva à suspenção da aquisição; vereador quer CPI para apurar a licitação que prevê compra de outros produtos

A Prefeitura de Ribeirão Preto cancelou nesta sexta-feira, 19, a compra de pernil suíno em tiras, cujo pregão eletrônico foi adjudicado no último dia 10, por suspeita de superfaturamento. O contrato ainda não havia sido assinado e o produto será substituído por aves ou peixes. A suspensão foim comunicada por nota da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) e em uma entrevista coletiva do secretário da Educação, Ângelo Invernizzi Lopes.

O pregão eletrônico 206/2015, que prevê também a compra de patinho e frango previu preços de R$ 17,47 o quilo do pernil suíno em tiras, para a compra de 30 toneladas. No mercado, o valor do quilo seria de R$ 9,72, o que levaria a um superfaturamento de quase 80%, com risco de prejuízo superior a R$ 230 mil. A denúncia foi publicada pelo jornal Tribuna e a Câmara Municipal decidiu investigar.

Na sessão de quinta-feira, o vereador Bertinho Scandiuzzi (PSDB) protocolou pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a possível compra. Ele conseguiu nove assinaturas, uma a mais que o necessário, o que permite a criação da comissão. Ela só não pode tramitar porque cinco já tramitam na casa.

A CPI teria condições de ser instalada com a aprovação do plenário, para tramitação de uma sexta comissão. Antes da suspensão da compra havia a possibilidade de aprovação. O governista Cícero Gomes da Silva (PMDB), ligado à educação, defendeu a suspensão da compra. O tucano disse que ainda pedirá a votação para a instalação.

Na coletiva, o secretário Ângelo Invernizzi, explicou que as exigências do edital, como a entrega em tiras, levam ao aumento do preço, em função da perda de parte do produto, mas que o contrato não havia sido assinado em função de o preço estar “fora da curva”. A compra em tiras ocorre porque os alunos não podem usar facas e garfos, mas apenas colheres.

Ele comentou que nada foi comprado e nem será. “Também não há risco de desabastecimento, porque temos registro de preços para outros produtos que serão comprados”, disse.

O vice-prefeito Marinho Sampaio (PMDB) acompanhou a entrevista e disse ter ficado indignado com o preço. Ele disse entender que há risco de perda, mas o valor estaria muito acima do praticado no mercado. “Fiquei indignado com o preço”, disse.

Foto: Guto Silveira

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