Presente e futuro
Em entrevista à Revide, o chefe do Executivo discorreu sobre seus feitos em 2022 e preocupações para 2023

Presente e futuro

Prefeito Duarte Nogueira fez um balanço do ano de 2022 e comentou sobre as projeções para os dois últimos anos no cargo

Duarte Nogueira (PSDB) chega à metade do seu segundo mandato como prefeito de Ribeirão Preto com o desejo de proporcionar uma transição saudável para o seu sucessor – o que o próprio Nogueira não teve em sua posse. A meta é entregar uma Ribeirão Preto melhor do que a que ele assumiu em 2017. Para tanto, Nogueira tem as obras de mobilidade como a sua menina dos olhos. As obras se espalharam pelo município e são sempre um bom portfólio para qualquer político. Ademais, o prefeito também destaca questões relativas à educação, saúde, segurança e zeladoria como pontos chave de seu governo e motivos de atenção nesta reta final. Em entrevista à Revide, o chefe do Executivo falou sobre seus feitos em 2022 e preocupações para 2023. “Em 2022, tivemos um ano de superações. Passamos os anos de 2020 e de 2021 com o problema gigantesco da pandemia e o ano de 2022 foi um ano de transição para um novo normal”, comentou. E, diferente de outras ocasiões, Nogueira falou, pela primeira vez de maneira aberta, sobre a vontade de concorrer a cargos majoritários em 2026, como o de governador e senador.

 

A educação foi um segmento que sofreu muito nos últimos anos. Como tem sido a gestão dessa área em Ribeirão Preto?

Sofremos muito com a ausência das crianças na sala de aula, o que nos impôs sacrifícios, tanto do ponto de vista pedagógico, quanto educacional. Estamos tentando compensar agora, com uma grade mais extensa. Melhoramos o conforto das escolas, com ar condicionado e kits multimídia. Todas as escolas municipais agora têm o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e dois professores, do 1º ao 5º ano. Vou manter o segundo professor em 2023, que é importante para que possamos dar sequência nesse trabalho. Melhoramos, também, o sistema de avaliação com a contratação da Vunesp. Agora, temos provas em um período mais curto para sabermos o nível de aderência do conhecimento dos nossos alunos da rede municipal. Estamos ampliando as nossas escolas. Entreguei 13 novas escolas. 

 

E em relação à Saúde e Assistência social, o que tem sido feito?

Na área da Saúde, nós temos um ano de recuperação da parte de Medicina eletiva, que ficou sem ser feita no ano passado, por conta da pandemia. Colocamos para funcionar o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) agora em fevereiro. Teremos o início da construção da UPA do Ribeirão Verde, que vai ter o seu projeto executivo concluído em março. Vamos reforçar muito, nesses últimos dois anos, a questão social. Saímos de cinco Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) para sete, e vamos chegar a 14. E de três Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que é a parte de médica complexidade, para cinco. Vamos, ainda, fazer um novo Bom Prato no Centro, já no padrão do que a gente fez no Hospital das Clínicas (HC).

 

A mobilidade urbana é um ponto importante da sua gestão. Como o senhor avalia essa área?

Muitas das obras de mobilidade já foram inauguradas e passaram a funcionar este ano. O viaduto da Avenida Thomaz Alberto Whately; a entrega do novo terminal do Aeroporto Leite Lopes, os corredores de ônibus das avenidas Vargas, Dom Pedro, Meira Júnior, Independência, Mogiana, Recife e a Thomaz Alverto. Todos esses eixos foram entregues e as obras restantes, para completarmos os 56km, já estão em processo de licitação, que será concluído em fevereiro e essas obras serão contratadas em março. São elas: a recuperação total da Nove de Julho, que é tombada, então, terá que ser refeita no original; e as duas galerias de drenagem de água de chuva até o córrego do Retiro na Francisco Junqueira, desde a Nove de Julho passando pelo Shopping Santa Úrsula e acabar com aquele problema de represamento de água que ainda ocorre na região por falta de ter esses dutos de drenagem com maior capacidade.

 

Como será o contato com o novo governador e o novo presidente?

Apoiei o Rodrigo Garcia e a Simone Tebet no primeiro turno. Ambos não foram para o segundo. Anunciei meu voto no Tarcísio e no Bolsonaro no segundo turno. O Tarcísio ganhou e o Bolsonaro perdeu. Eu já conversei com o Tarcísio. Inclusive, ele me ligou na própria segunda-feira à noite [após as eleições] para colocar o governo dele à disposição. Tenho feito contato com alguns secretários que ele já escolheu, como o secretário da Saúde, Eleuses Paiva. Falamos sobre o HC e o AME. Quanto ao governo federal, eu estive, há algumas semanas, na Frente dos Prefeitos com o coordenador da transição, o vice-presidente Geraldo Alckmin. Ao lado dos prefeitos, colocamos nossas preocupações e demandas com o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa ser melhorado. Além disso, é necessário rever a tabela que não é corrigida há anos. Além de questões como os repasses do Fundeb e a gratuidade do transporte coletivo para a população com mais de 65 anos. Pedimos que seja mantido esse repasse para diminuir o impacto no nosso sistema de transporte coletivo. O canal com o governo federal já foi estabelecido, assim como com o governo do Estado. Já trabalhei com quatro governadores diferentes. O Tarcísio vai ser o quinto com o qual eu vou trabalhar como prefeito. E presidentes, eu trabalhei com o Temer e o Bolsonaro e, agora, com o Lula.

 

E sobre o resultado da presidência na Câmara Municipal dos Vereadores? Como está a relação do senhor com o legislativo?

Por conhecer bem o legislativo, e ter vindo dele por seis mandatos como deputado, sempre respeitei muito a Câmara. Tivemos, nos últimos seis anos, uma relação extremamente autônoma, republicana, sem interferência de um poder sobre o outro. Essa relação de autonomia e de respeito faz com que, independentemente de quem esteja à frente do poder Legislativo, a relação seja institucional. Eu nunca interferi na eleição da mesa. Os presidentes, principalmente do meu primeiro mandato, não faziam parte da minha base política. Agora, o Alessandro Maraca (MDB) passou a fazer parte da minha base, o Franco Ferro (PRTB) [novo presidente da Câmara] é da minha base, mas não porque eu impus, foi algo que aconteceu naturalmente. Foi uma conquista na política do relacionamento em torno dos interesses da cidade. Nem sempre tenho todos os meus projetos aprovados, mas a maioria sempre foi aprovado.

 

Como está o andamento do projeto para a nova sede da Prefeitura? A construção desse complexo na Avenida Paschoal Innechi irá melhorar as condições daquela região da Zona Norte?

Vamos ancorar um novo eixo de desenvolvimento na cidade, na Zona Norte.

 

PROMESSAS DE ANO NOVO

• Revitalização da Nove de Julho
• Instalação de galerias de drenagem da chuva da Nove de Julho até a Francisco Junqueira, pela rua São José
• Licitação e início das obras do Centro Administrativo
• Mais CRAS e CREAS
• Novo Bom Prato no Centro
• Conclusão dos 56 km dos corredores estruturais de transporte coletivo


Foto: Luan Porto

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