Projeto que dificulta lockdown em Ribeirão Preto recebe parecer contrário na Câmara
O projeto proibia a implantação do lockdown sem uma audiência prévia com representantes de setores atingidos

Projeto que dificulta lockdown em Ribeirão Preto recebe parecer contrário na Câmara

Proposta da vereadora Gláucia Berenice (DEM) seria votada nesta quinta-feira, 25, mas foi barrada na Comissão de Constituição e Justiça

Recebeu parecer contrário o projeto de lei que pretendia dificultar a implantação do lockdown em Ribeirão Preto. A proposta de autoria da vereadora Gláucia Berenice (DEM) seria votado nesta quinta-feira, 25, mas foi barrada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). 

O projeto proibia a implantação do lockdown sem uma audiência prévia com representantes do comércio, restaurantes e demais setores atingidos pela medida.

"Na reunião deverão ser apresentados os embasamentos científicos e de saúde pública para decretação do fechamento dos estabelecimentos comerciais, bem como o planejamento e propostas alternativas para evitar o colapso na economia ribeirãopretana e o desemprego na cidade, além de ser garantido o direito de manifestação dos representantes presentes fisicamente ou por meio virtual", consta no projeto de lei.

A vereadora ainda sugeriu que o anúncio do lockdown seja feito com no mínimo 48 horas de antecedência e com ampla divulgação por meio de coletiva de imprensa.

O vereador Isaac Antunes (PL), presidente da CCJ, explicou que a medida avança sobre a competência do Executivo. "O mérito do projeto é bom, mas é claro a invasão de competência entre poderes além de criar obrigações ao poder Executivo", disse Antunes.

Na sessão, Gláucia ressaltou que respeita o parecer da CCJ, mas que foi alvo de "fake news" durante a semana, uma vez que o projeto não proíbia o lockdown, apenas daria mais transparência e previsibilidade ao processo.

"Respeito o parecer da CCJ, mas eu gostaria de esclarecer que o projeto que eu apresentei não proibia o lockdown, mas a forma como ele foi feito em menos de 24h. Outras medidas que Ribeirão Preto adotou foram anunciadas com uma certa antecedência. E justamente essa, que é a mais restritiva, não teve antecedência", argumentou a parlamentar.

Com o parecer contrário, o projeto não pode ser votado. A autora tem um prazo de até três dias, caso deseje recorrer. No momento o governo municipal anunciou que seguirá a Fase Emergencial do Plano São Paulo e não irá decretar um novo lockdown.

 

*Matéria atualizada às 19h39 para correção de informação. O projeto não autoriza protestos como dito anteriormente.


Foto: Aline Pereira / Câmara Ribeirão Preto

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