Promotor diz que vai pedir cassação de vereador de Ribeirão Preto
Aroldo Costa Filho afirma que Isaac Antunes se beneficiou eleitoralmente de programa
O promotor Aroldo Costa Filho afirmou que vai pedir à Justiça Eleitoral a cassação do vereador Isaac Antunes (PR), em decorrência da Operação Têmis, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Civil nesta quinta-feira, 11, em Ribeirão Preto. O vereador diz que não mantinha relação com advogados investigados.
Costa Filho afirma que o vereador tem ligação com os advogados investigados na operação e, por este motivo, vai pedir à Justiça Eleitoral que analise o mandato do parlamentar. Segundo o promotor, Isaac Antunes utilizava um projeto para que pessoas com nome sujo nos serviços de proteção de crédito conseguissem limpar o nome, sem cobrar nada por isso.
Ele diz que recebeu denúncia no período eleitoral dizendo que o parlamentar usava a estrutura do escritório de advocacia investigado para se promover.
“Ouvi várias dessas pessoas que se interessaram pelo programa, as quais disseram que nunca receberam contato de ninguém do projeto do vereador ou do escritório de advogados; que desconheciam as várias ações judiciais propostas no nome delas, e que seus nomes continuam sujos”, afirma Costa Filho, que acredita que isso beneficiou o vereador com votos nas eleições municipais de 2016.
Por meio de nota, o vereador Isaac Antunes afirmou que não tinha nenhum vínculo com os advogados investigados. “Não temos vínculo nenhum com referido escritório de advocacia e vamos continuar um trabalho sério e fiscalizador doa a quem doer”, declarou.
Operação Têmis
A Operação Têmis investiga um suposto esquema em que advogados, por meio de uma associação, buscava pessoas e oferecia serviços de consultoria para saber se elas tinham direito a restituições de dinheiro perdidos em poupanças com a implementação do Plano Verão, durante o governo do ex-presidente José Sarney.
De acordo com informações da polícia, 53 mil ações foram movidas pelos escritórios investigados. A consultoria Khuri captava os clientes por meio da associação em bairros carentes e repassava para a advocacia entrar com os processos. O valor total da fraude pode chegar a R$ 100 milhões.
Foto: Aline Pereira/Câmara Ribeirão Preto