Ribeirãopretanos realizam novo ato contra o presidente Michel Temer
Entidades de classe e manifestantes criticam medidas do governo Temer anunciadas para setores como a educação e o trabalho
Cerca de cem manifestantes se reuniram na esplanada do Theatro Pedro II na manhã deste sábado, 17, para realizar um novo ato contra o presidente Michel Temer (PMDB).
A pauta dos manifestantes é contrária, além da permanência de Temer como presidente da República, às medidas anunciadas pelo governo do peemedebista, como a reforma trabalhista e a alteração na base curricular do Ensino Médio.
As duas medidas, anunciadas neste mês pelos ministros Ronaldo Nogueira – do Trabalho – e Mendonça Filho – da Educação, causaram incômodo em entidades de classe e até no palácio do Planalto.
Para uma reforma trabalhista, Nogueira divulgou que foi cogitada a possibilidade de o trabalhador cumprir jornada diária de até 12 horas, dentro da limitação de 48 horas semanais, além de alterações nas modalidades contratuais, criando contratos por hora trabalhada e por produtividade.
Na educação, a proposta de Michel Temer é de “enxugamento e flexibilização” da grade curricular do Ensino Médio. O ministro Mendonça Filho afirmou em entrevista coletiva no último dia 15 de setembro que considera “alto o número de 13 matérias obrigatórias que compõem a grade curricular atualmente”.
Para Ana Amália Pedroso Curtarelli, da executiva regional de Ribeirão Preto do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a reforma na grade curricular do Ensino Médio é ruim. “A medida tira matérias essenciais como história, geografia, sociologia, deixando praticamente português e matemática. Se já há uma defasagem no ensino público estadual, essa reforma fará com que ela cresça ainda mais. Como um aluno, estudante de escola pública, terá a mesma condição de concorrer a uma vaga na universidade? Pois as escolas particulares continuarão preparando seus alunos para a universidade e para o trabalho da mesma maneira”, pondera.
Juventude nas eleições
Para Cassiano Figueiredo, representante do Juntos!, ala jovem do PSOL, é importante retomar a mobilização da juventude como aconteceu em junho de 2013, período que foi marcado por atos em todo o Brasil.
“Essa juventude está indignada desde 2013 contra toda uma casta política. Naquele ano os manifestantes botaram em cheque o velho modo de fazer política e abriu espaço para um rearranjo, tanto que vimos um simulacro daquelas manifestações que a direita fez este ano para derrubar a Dilma Rousseff e aplicar uma agenda ainda mais conservadora. O papel da juventude e do Movimento Juventude é recuperar o espírito de junho pra botar abaixo esse modelo político falido”, diz.
Foto: Bruno Silva