Senador tucano diz que presidente Dilma não volta ao governo
Para José Aníbal, não há qualquer possibilidade de absolvição da presidente afastada e lamenta os adiamentos no calendário de julgamento
A impressão de que a possibilidade de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) está esfriando não passa mesmo de impressão, segundo o senador José Aníbal (PSDB-SP), que substitui a José Serra, licenciado para ocupar o cargo de Ministro das Relações Exteriores do governo interino Michel Temer (PMDB). “Está esfriando só pela onda de frio, porque pela onda de calor em Brasília está cada vez mais quente”, disse o tucano.
José Aníbal, que veio a ribeirão Preto nesta sexta-feira, 24, para o lançamento da pré-candidatura do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP) a prefeito, despreza qualquer chance de absolvição da presidente. “Eu acho que é zero a possibilidade de a Dilma voltar. Nenhuma possibilidade. Nem o PT tem essa expectativa. Acho que até nem quer”, afirmou.
Ele reclamou das mudanças no calendário que têm adiado a votação final do processo de impeachment da presidente. “É lamentável que ocorram sucessivos adiamentos da data de votação, porque na realidade temos um cadáver insepulcro no (palácio da) Alvorada. Ela (Dilma) já não faz nada. A não ser alguma conspiração. Mas já não tem agenda, não tem interlocução e não tem defesa”.
O tucano elogiou o governo de Michel Temer que “tem mostrado decisão, compreensão de que o Brasil realmente tem uma crise profunda e que exige medidas enérgicas, como esta de teto, do limite de crescimento das despesas da União”. E comentou que nada melhorará, no entanto, sem mudanças. “Novas matérias virão. As reformas virão de todo modo. No caso da Previdência, por exemplo, ou se faz a reforma ou o Brasil quebra”, salientou.
Fotos: Guto Silveira
