Vereadores de Ribeirão Preto derrubam projeto sobre Aquífero Guarani
Vereadores derrubam projetos sobre Aquífero Guarani

Vereadores de Ribeirão Preto derrubam projeto sobre Aquífero Guarani

Suplentes alegam falta de tempo para analisar projeto que restringia a criação de loteamentos na área de recarga do aquífero; regulamentação da Área Azul também cai

Por falta de tempo para análise, os vereadores de Ribeirão Preto negaram a lei delimita a zona de proteção máxima a área de recarga do Aquífero Guarani, na Zona Leste, restringindo a criação de loteamentos na região, na sessão desta quinta-feira, 24. Eles também derrubaram projeto da prefeita Dárcy Vera (PSD) que recriava a Área Azul.

Os parlamentares apontaram imprecisão da legislação enviada à Casa pela prefeita, regulamentando o estacionamento rotativo município, que está suspenso desde junho, quando a justiça aceitou uma ação popular questionando o reajuste da tarifa da Área Azul, que passaria de R$ 1 para R$ 3.

Outro projeto votado nesta quinta, sob regime de urgência, foi a lei que restringe o loteamento na Zona Leste da cidade, baseada em relatório técnico do Grupo de Trabalho GT ZUE, realizado em 2010.

Por nove votos a favor do projeto, ante oito abstenções, os parlamentares negaram o projeto - para a aprovação, era necessário o voto da metade dos parlamentares presentes mais um para aprovar a lei -, com a justificativa de que os suplentes, que assumiram a cadeira em decorrência da suspenção de nove vereadores, investigados na Operação Sevandija, da Polícia Federal e do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), não puderam avaliar o projeto.

O vereador Alessandro Maraca (PMDB) afirmou que não teve tempo de analisar o projeto, pois sequer tem um computador no gabinete, e que, embora acredite que se deva preservar o Aquífero Guarani, ele não tinha condição para votar.

“Gostaria de vir aqui e votar para defender o aquífero, mas preciso ter certeza no que estou votando”, disse Maraca, que assumiu a vaga no último mês de outubro. Outro suplente, Eliseu Rocha (PP), foi mais agressivo, e disse que os propositores da lei estavam tentando jogar para cima dos suplentes a responsabilidade de aprovar a legislação.

“Jogar a responsabilidade em cima dos suplentes, por culpa de vocês, é muito fácil. Nós estamos aqui com os assessores daqueles vereadores afastados. Defendo sim o aquífero, mas não somos os salvadores da pátria”, afirmou Rocha, lembrando que a Câmara não conseguiu aprovar o Plano Diretor do município, que tramita na Casa desde 2014.

Beto Cangussu (PT), um dos defensores do projeto, por acreditar que a lei deveria ser votada em razão da urgência dela, rebateu dizendo “quem casa com a viúva herda os filhos, não só as coisas boas”, em referência a necessidade dos vereadores suplentes terem de ter conhecimento sobre o projeto.

Já Luciano Mega (PDT) disse que optou pela abstenção por acreditar que a lei poderia atrapalhar justamente a aprovação do Plano Diretor na próxima legislatura. Ricardo Silva (PDT), questionou a votação dos outros parlamentares, pois na última terça-feira, 22, eles haviam aprovado a urgência da pauta.

“Quero entender porque aprovaram a urgência na terça. A negativa desse projeto significa que os interesses econômicos não serão vigiados e se sobrepuseram aos interesses ambientais”, declarou Silva.


Foto: Arquivo Revide

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