Vice-prefeito diz que greve é tentativa de desestabilizar o governo
Vice-prefeito diz que greve é tentativa de desestabilizar o governo

Vice-prefeito diz que greve é tentativa de desestabilizar o governo

Carlos Cezar Barbosa afirmou que uma das culpas da crise de Ribeirão são os “conchavos” do governo anterior com o sindicato

O vice-prefeito de Ribeirão Preto e secretário municipal de Assistência Social, Carlos Cezar Barbosa, usou a página pessoal no Facebook para mostrar descontentamento com a greve dos servidores do município, que acontece desde o dia 30 de março. Entre os comentários do vice-prefeito, estão questionamentos pelo fato de movimentos parecidos não terem ocorrido no Governo Dárcy Vera, o qual ele classificou como “criminoso”. Barbosa também afirmou que procuraria a Secretaria Estadual do Trabalho para “viabilizar” novos empregos para os servidores não satisfeitos.

As postagens foram feitas no início da noite de domingo, 9, e Barbosa pede para que a população de Ribeirão Preto se manifeste “ostensivamente” sobre o movimento grevista, que ele acredita que tem “objetivo claro de sabotar o Governo Nogueira”, segundo postou em sua página. Ele ainda ironiza. “É compreensível que [os servidores] tenham saudades de Dárcy, que era grande parceira do ex-presidente do Sindicato, o monge Wagner, de cuja parceria emergiram vantagens inexplicáveis”, escreveu o vice-prefeito, em referência às investigações que pairam sobre o Sindicado dos Servidores Municipais na Operação Sevandija, por meio da qual foram constatadas fraudes em atas de reuniões, que de acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), beneficiariam algumas pessoas, como Dárcy, Maria Zuely Librandi, e Wagner Rodrigues. Essas fraudes teriam acarretado em um desvio de R$ 11 milhões dos cofres públicos, que teriam sido usados para compra de uma fazenda em Cajuru.

O vice-prefeito ainda atacou os servidores, ao questionar aos moradores de Ribeirão Preto se querem prestigiar os servidores públicos que têm emprego garantido e uma remuneração digna, neste cenário de crise. Barbosa afirma que, entre os motivos que teriam causado as dificuldades financeiras na cidade, estariam conchavos da administração anterior com o próprio Sindicato. Ele ainda postou outra ironia aos servidores, ao dizer que precisam ser “felizes”, e que “não se sintam aprisionados do injusto serviço público”.

A repercussão dos posts foi grande, com diversos compartilhamentos e comentários, que, inclusive, ganharam os grupos de servidores no WhatsApp, que não gostaram do tom do vice-prefeito. Outras publicações foram a favor das palavras de Barbosa, inclusive entre vereadores, que afirmaram que o promotor licenciado agiu com “franqueza”.

Já na manhã desta segunda-feira, 10, Barbosa voltou ao assunto. O vice-prefeito fez um balanço da repercussão das postagens, e afirmou que não tem nada contra os servidores, dizendo que vê “no servidor o braço da administração, daí o estrago que faz uma greve”, e fez uma reflexão a respeito do momento econômico delicado do País, e dos problemas encontrados no município, que, segundo ele, está com os gastos no “fio da navalha do limite prudencial e não há dinheiro para investimentos”. Encerrando o assunto, ele ainda diz que a greve é um movimento “político”, e que está sendo “radicalizada”, que está “engendrada para desestabilizar um governo que começou bem”, segundo ele, por ter adotado medidas de austeridade e moralizadoras.


Foto: Victor Cabral

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