Vídeo em redes sociais prega renúncia coletiva de vereadores suspensos

Vídeo em redes sociais prega renúncia coletiva de vereadores suspensos

Apelo é feito em gravação aparentemente popular para que as contas da prefeita possam ser votadas; afastados recebem subsídios normalmente

Um vídeo que está circulando pela redes sociais apela aos nove vereadores suspensos de suas funções públicas pela Operação Sevandija que renunciem coletivamente a seus mandatos. Eles não podem entrar no prédio da Câmara Municipal e em outras repartições públicas municipais.

Estão suspensos os vereadores Bebé (PSD), Capela Novas (PPS), Cícero Gomes da Silva (PMDB), Genivaldo Gomes (PSD), Giló (PTB), Maurílio Romano (PP), Samuel Zanferdini (PSD), Saulo Rodrigues (PRB) e Walter Gomes. Destes, Walter, Bebé, Jiló e Capela, integram a Mesa diretora como presidente, 1º e 2º vice-presidentes e 2º secretário, respectivamente.

Dos vereadores afastados, apenas Capela Novas foi reeleito na eleição do último domingo. Mesmo assim enfrenta acusações de ter recebido apoio de traficantes de drogas em sua campanha. a acusação está em uma gravação em que o vereador conversa com um suposto cabo eleitoral.

O vídeo

“Ribeirão Preto vive uma crise sem precedentes. Nove vereadores estão proibidos de entrarem (sic) em seus gabinetes. Os vereadores da Sevandija não estão trabalhando. Gente, mas estão recebendo! Acontece que a Câmara precisa votar as contas da Dárcy Vera até o fim do ano”, registra o início do vídeo nas vozes de várias pessoas em narrações editadas na produção.

As contas da prefeita Dárcy Vera a que se refere o vídeo são as de 2012 e 2013, que estão com pareceres contrários do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e que deveriam ter sido votadas até o dia 15 de junho, de acordo com prazo estabelecido pela Lei Orgânica do Município, de 180 dias. Mas por várias manobras de governistas acabaram adiadas.

No vídeo, há até a informação imprecisa que a Câmara Municipal não tem dinheiro para pagar os suplentes, quando na verdade a vereadora Viviane Alexandre (PSC), que exerceu a presidência interina até terça-feira, 4, não os convocou com medo de pagar subsídios em duplicidade e ter as contas rejeitadas pelo tribunal de contas do Estado.

Depois da introdução, um dos narradores aponta que a renúncia é “a solução mais rápida e ética que a população clama”. Em seguida, os vereadores são convocados nominalmente a renunciar a seus mandatos. Cada personagem cobra a posição de cada vereador.

Situação complicada

A suspensão dos vereadores levou a Câmara a uma situação atípica e complicada, porque a decisão judicial apenas suspendeu os vereadores e não definiu se os suplentes poderiam ou deveriam ser convocados. Como os subsídios não foram suspensos, a Casa ficou com medo de convocar.

A situação só clareou 35 depois da suspensão, quando a vereadora Gláucia Berenice (PSDB) e os vereadores Bertinho Scandiuzzi (PSDB) e Marcos Papa (REDE) foram ao TCE perguntar se a convocação é possível. Os conselheiros e o próprio presidente do tribunal responderam que sim, porque o Legislativo precisa ser recomposto.

Na noite desta quinta-feira, 6, por 13 votos a zero a vereadora Gláucia Berenice foi eleita 1ª secretária e presidente interina para substituir a Viviane Alexandre, que renunciou. A tucana informou que ainda nesta sexta-feira consultaria a Justiça eleitoral sobre a possibilidade de convocação dos suplentes e questionaria quem são os habilitados a assumir.

O vídeo pode ser visto em páginas e perfis do Facebook. Uma delas é a do Movimento Troque os Vereadores de Ribeirão Preto.


Imagens: Frames do vídeo

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