Prefeitura compra apenas 10% de massa asfáltica prevista

Prefeitura compra apenas 10% de massa asfáltica prevista

Licitação, aberta em setembro, não atraiu fornecedores em Ribeirão Preto; Para especialista, dinheiro público está sendo usado de forma errada

A Prefeitura de Ribeirão Preto adquiriu apenas 10% do Concreto Betuminoso Usinado à Quente (CBUQ) - material para ser utilizado na Operação Tapa Buraco - estipulado pela própria Administração Municipal para o serviço na cidade.

Desde setembro que a licitação para compra de 10 mil m³ deste material não tem atraído fornecedores para a prefeitura, que teve de apelar para uma compra emergencial de 990 m³ do material.

Em nota, ao ser questionado pela reportagem do Portal Revide, o Governo Municipal informou que a compra foi realizada para suprir a necessidade até a abertura de uma nova licitação pelo município.

Foram três licitações que foram tidas como “desertas”, devido à ausência de empresas interessadas. A primeira com o resultado divulgado em setembro, a segunda em outubro e a terceira em dezembro. O valor estimado pela prefeitura que seria gasto na aquisição do CBUQ seria de cerca de R$ 5 milhões.

O valor contratado seria semelhante ao adquirido em 2014, quando logo no primeiro pregão, também realizado no mês de setembro daquele ano, foram contratados de uma empresa os 10 mil m³ de CBUQ, no valor de R$ 5,5 milhões. A intenção da prefeitura é que esse material seja usado nas obras da Operação Tapa-Buracos.

O professor universitário especialista em asfalto Anderson Manzoli explica que “apenas cobrir o buraco com pavimento não funciona”, apontando que essa é uma prática comum em Ribeirão Preto. Manzoli afirma que é necessário realizar um levantamento real da situação para recuperar os locais mais emergenciais.

“O fato é que simplesmente comprar CBUQ sem ter um projeto com a real necessidade de demanda, é jogar dinheiro fora. Nada na construção civil funciona de forma adequada sem projeto. O correto seria primeiro mapear as ruas e avenidas em busca da quantificação e situação exata do pavimento em cada local”, e ele completa afirmando que sem essa organização e planejamento “não se está fazendo engenharia. Está se fazendo 'uso errado do dinheiro público'", diz.

 

Foto: Bruno Silva

Compartilhar: