Prefeitura gastará R$ 2,4 mi com redes sociais e telefonia
Vereador considera absurdo o gasto; Gláucia Berenice (PSDB) promete questionar contrato
A Prefeitura de Ribeirão Preto vai gastar R$ 2,4 milhões por ano para monitorar o que internautas falam da Administração Municipal em redes sociais e mídias online e modernizar o sistema de telefonia. O contrato com empresa Telefônica Brasil S/A foi publicado no Diário Oficial do Município, como resultado do pregão 173/2015.
A contratação prevê a “contratação de plataforma de busca com locação de infraestrutura de hardware, monitoramento, categorização automática de posts, classificação e análises qualitativas de informações coletadas junto às redes sociais e mídias online”. Para este serviço, o investimento será de R$ 600 mil.
O pregão foi realizado também para a serviços de telecomunicações nas modalidades STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado), serviço 0800, Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) e acesso à internet, no item II, que foi vencido pela Telefônica Data S/A por R$ 1,8 milhão.
A vereadora Gláucia Berenice (PSDB) disse que questionará o contrato por meio de requerimento já na próxima semana, quando termina o recesso parlamentar. Para a parlamentar, tal gasto em um momento crise, para monitorar redes sociais, não deveria ser feito.
Para ela, a Administração Municipal deveria ao menos utilizar a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp) para realizar tal função, já que a empresa que atua no setor de soluções tecnológicas é de economia mista com controle acionário da Prefeitura.
Gláucia ainda questionou que a ampliação do controle pode apontar aumento de demanda. “E hoje a Prefeitura não consegue atender à demanda que chega pelos canais que ela já possui, como fará quando mais pessoas fizerem solicitações”.
Também o vereador Marcos Papa (Rede) pretende buscar mais informações sobre o serviço contratado. “Quero mais informações, porque com essa administração é preciso ter os dois pés atrás, mas a princípio não acho que seja necessário gastar esse dinheiro para isso. Não é um recurso bem gasto”, disse.
Ele considerou um absurdo destinar tal valor para esse trabalho nesse momento de crise. “É um absurdo. Um tapa na cara da população que já sofre com tantos problemas enfrentados pela cidade”.
Justificativa
Questionada por e-mail, a Prefeitura não se manifestou até o fechamento desta matéria. No edital aberto para a contratação, no entanto, o governo municipal justifica que o serviço irá, entre outras coisas, “aproximar a gestão pública da população, por meio das redes sociais, melhorar o canal de ouvidoria da contratante e agilizar a recepção das solicitações”.
Em itens, a justificativa aponta que o objetivo é “estruturar os dados recebidos de diversas fontes da web, aumentar a velocidade de atuação diante de problemas relatados pela população. Utilizar os recursos de forma inteligente e priorizada”. Também prevê que haverá “otimização do tempo de atendimento aos pleitos dos cidadãos, gerando economia e zelando pelo patrimônio público”.
Hoje a Prefeitura já mantém serviços de atendimento à população, como o Serviço de Atendimento ao Munícipe (SAM), redes sociais e e-mail.
Foto: Bruno Silva
