Prefeitura mantém contrato de R$ 1,8 milhão para telefonia
Apesar de informar por nota que todo o processo havia sido cancelado, governo municipal agora confirma compra de equipamentos telefônicos
A Prefeitura de Ribeirão Preto informou incorretamente a imprensa na sexta-feira, 29, quando da revogação de parte da licitação por pregão presencial para contratação de monitoramento de redes sociais e mídias online. A informação contida em comunicado enviado a veículos de comunicação englobou os dois serviços. O contrato total custaria R$ 2,4 milhões, mas continuará com custo de R$ 1,8 milhão.
“Por razões de interesse público decorrentes de fato superveniente e por determinação da Chefe do Executivo a Administração Municipal entendeu por bem revogar a Licitação Pregão Presencial n 173/2015 – Processo de Compra n 0538/2015 que tem como objeto a Contratação de plataforma de busca com locação de infraestrutura de hardware, monitoramento, categorização automática de posts, classificação e análises qualitativas de informações coletadas junto às redes sociais e mídias online e prestação de serviços de telecomunicações nas modalidade STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado), Serviço 0800, Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) Acesso Internet.”
Mas a publicação no Diário Oficial do Município apontou a revogação apenas do lote 1 da licitação, que previa o monitoramento das redes sociais e mídias online, com valor de R$ 600 mil por 12 meses.
Nesta segunda-feira, 1, a Prefeitura confirmou, por nota que o lote 2 será contratado. “O Processo nº 538/2015 pregão presencial 173/2015 teve o lote nº 1 cancelado e o nº 2 continuará, pois prevê a prestação de serviços de telecomunicações nas modalidades STFC (Serviço Telefônico Misto Comutado), Serviço 0800, Serviço de Comutação Multimídia (SCM) que são serviços que englobam escolas, unidades de saúde, assistência social, bombeiro, bases da PM, alguns 0800, com 503 telefones e 700 ramais que trarão uma economia de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)”, registra a nota.
Questionamentos
A vereadora Gláucia Berenice (PSDB) que chegou a preparar um requerimento pedindo o cancelamento do contrato de R$ 2,4 milhões, manterá o pedido, para que se anule também o lote 2. “Vou refazer o requerimento para excluir a parte que fala do lote 1, já revogado, mas defendo o cancelamento de todo o processo”, diz Gláucia.
A tucana aponta que não deve ser esta uma prioridade da Prefeitura. “A cidade está precisando contratar médicos emergencialistas, para cuidar da dengue, cortar o mato de praças e canteiros de avenidas, promover limpeza e tapar buracos. Então não há lógica gastar um valor desses com telefonia”, comenta a vereadora.
O vereador Marcos Papa (Rede) diz que também fará requerimento sobre o contrato, para pedir informações. “Quero saber se houve um estudo técnico que indicou a necessidade de contratação desse serviço. É preciso justificar, porque é um gasto grande para uma Prefeitura que está endividada”, afirma.
