Arquitetura atemporal

Arquitetura atemporal

Com estilo marcante e cuidado em cada detalhe, os projetos de Bruno e Ana Paulino são feitos para atravessar o tempo e a história

Natural de Curitiba, Paraná, o arquiteto Bruno Cisotto veio ainda menino para Ribeirão Preto. Hoje, juntamente com a esposa e sócia Ana Paulino, também arquiteta e especialista em Design de Interiores, desenvolve projetos residenciais e comerciais, cuidando de todos os detalhes, desde a concepção até a decoração.

 

Arquitetura e Urbanismo, para Bruno, não são novidade. Filho de um engenheiro civil e de uma arquiteta urbanista, desde muito novo, ele acompanha os detalhes da profissão e se inspira no conceito da arquitetura curitibana.

 

“A cidade tem muita diversidade cultural. Destaca-se com o uso de materiais nobres como a madeira, pedras naturais, metal e vidro. Tudo isso ficou gravado em mim. Meu pai me mostrou cedo a importância da técnica correta atribuída na construção civil e minha mãe partiu para o urbanismo, uma vertente menos falada da arquitetura, mas que tem uma enorme importância para o desenvolvimento consciente das cidades”, ressalta. 


Com mais de uma década de experiência, atualmente, Bruno e Ana respondem pelo próprio escritório, no edifício New Century, em Ribeirão Preto. Unindo suas habilidades, projetam casas e edifícios — com foco na atemporalidade e na modelagem personalizada de cada espaço interno —, em Ribeirão Preto e região, além de São Paulo capital, Riviera de São Lourenço, Curitiba, etc.

Para ambos, o grande desafio de cada projeto é aprimorar o conceito de “Máquina de Morar”, do arquiteto Le Corbusier, que ajudou a criar e desenvolver o modernismo, na mesma linha seguida pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

 

“Não precisamos morar em máquinas ou casas sérias, como propõem alguns de seus projetos, mas utilizar todos os recursos disponíveis para acomodar com salubridade, conforto térmico e acústico, e prazer, tanto os moradores de um lar, como os usuários de um ambiente de trabalho. Os ambientes precisam receber o máximo de luz natural e ventilação, considerando a estética pessoal de quem habita. Para ambientes escuros, temos a lâmpada, para os quentes, temos o ar condicionado, mas por que não trabalhar com janelas, beirais maiores e uma vegetação adequada?”, questiona.


Para os arquitetos, menos é mais, e um bom projeto precisa considerar que as cores das paredes podem mudar, mas a volumetria criada ficará por muito tempo. Assim, as linhas retas aparecem e materiais nobres têm destaque de formas delicadas, como a madeira, transformada em forros, brises ou o muxarabis. “Tudo isso faz a diferença na elaboração de projetos atemporais.

 

A arquitetura não deve seguir modismos, mas pertencer ao seu lugar”, enfatiza Ana. Um edifício bem constituído tecnicamente e esteticamente, para Bruno, torna-se uma peça de arte que pode transcender décadas. “Quando projetamos, devemos imaginar que as pessoas que passarão por ele vão admirá-lo e utilizá-lo como um ponto de referência, acho que dessa forma podemos elevar nosso trabalho”, conclui.

 

Casa TK - Curitiba

A fachada da casa TK tem a frente voltada para o sul, diminuindo a incidência solar e permitindo uma abertura maior. O bloco lateral esquerdo, acima, tem a face voltada para o oeste, recebendo o sol da tarde. Por isso, foi trabalhado um brise de madeira, que barra parte dos raios solares, permitindo a entrada de ar e o beiral limita a entrada de sol em determinados horários.

 

Agência Versão BR - Edifício Le Monde Avenue - Ribeirão Preto


A arquitetura deve ser pensada a partir do contexto em que está inserida. Por isso, foi criado um ambiente aberto, onde os funcionários se sentem livres para explorar todos os espaços, e o visitante tem a impressão de estar vendo as engrenagens de um relógio em funcionamento, enquanto ele mostra as horas.

 

As mesas de trabalho estão dispostas sempre lateralmente às entradas de luz natural e o tratamento de luz artificial se dá por iluminação difusa e sempre acima do usuário, sem ofuscamento e criação de sombras. O cuidado acústico privilegia materiais que absorvem as ondas sonoras, diminuindo sua propagação e criando ambientes mais confortáveis.


Edifício RL - Jd. Botânico - Ribeirão Preto

A maximização dos espaços cria mais área rentável de aluguel, porém, o projeto não precisa se limitar a um caixote ou galpão. Trabalhando os volumes, cria-se um espaço dinâmico e modular que agrega a estética da cidade.

 

Apartamento Vert - Franca 

A madeira natural, o cimento queimado e a palhinha indiana, em destaque, são materiais encontrados em casas de 50 anos e em projetos novos dentro de condomínios de alto padrão, um exemplo da arquitetura atemporal em um projeto de interiores. Onde está a TV, originalmente havia uma churrasqueira, que foi retirada para integrar os ambientes utilizando o mesmo padrão da bancada no buffet, no rack de TV e no aparador do hall, que se estendem por todo o ambiente.

 

Studio B+A Arquitetura
Av. Presidente Vargas, 2001,
sala 12, Ed. New Century
WhatsApp: (16) 99961.3340
@brunocisotto.arq
@anapaulinog


Foto: Revide/Divulgação

Compartilhar: