Sertão fértil

Sertão fértil

Sertãozinho se destaca, entre as cidades da região metropolitana de Ribeirão Preto, no setor da agroindústria

Localizada a nordeste do Estado de São Paulo, na região metropolitana de Ribeirão Preto, a uma distância de 335 km da capital, Sertãozinho ganhou projeção nacional na década de 1980 como grande produtora de açúcar e álcool e não parou mais de se desenvolver. Com população de 126.887 pessoas e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,761, segundo dados do Censo 2022, Sertãozinho está na 62ª colocação no Estado e 238ª no Brasil em termos de população.



A cidade sedia a maior feira de bioenergia do mundo — a Fenasucro & Agrocana — e se destaca internacionalmente nas áreas de engenharia e fabricação de equipamentos. “É uma cidade que desenvolve todos os equipamentos para fabricação do etanol de segunda geração, do hidrogênio verde, do biogás, do biometano, a captura de CO2, a descarbonização, tudo o que as indústrias do pais e do mundo precisam encontram em nosso parque industrial com mais eficiência e menos poluição, adotando regras de ESG e Compliance. Sertãozinho é a “fábrica de fábricas”, inclusive estamos entre as 10 melhores cidades do Brasil para se investir na indústria, em função do parque industrial instalado e da quantidade e qualidade da mão de obra especializada”, destaca Paulo Garefa, gerente executivo do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br). 
 


TRECHOS DA HISTÓRIA 


Primitivamente ocupada pela tribo Caiapó, a região entre os rios Pardo e Mogi-Guaçu onde hoje está localizada Sertãozinho ficava na rota entre o Planalto Goiano e Sudoeste mineiro. Foi o destino final, em 1827, da comitiva organizada por João Manoel de Pontes, que saiu do sul de Minas Gerais em direção ao sertão paulista, conhecido pelas suas terras “vermelhas como sangue”, e tomou posse por aqui de um vasto território chamado Fazenda do Sertãozinho do Mato Dentro. Quando morreu, em 1847, sua família dominava aproximadamente 25 mil alqueires. Cem anos depois, esse patrimônio estava dividido em 189 partes. 


O nome Sertãozinho apareceu pela primeira vez em uma antiga escritura passada na então Freguesia de São Simão, na qual Antônio Maciel de Pontes declarava possuir uma grande gleba de terras denominada fazenda Sertãozinho. Na segunda metade do século XIX essa fazenda foi fracionada entre condôminos — entre eles, Inácio Maciel de Pontes, que doou 12,5 alqueires de terra para a construção de uma capela consagrada a Nossa Senhora Aparecida, padroeira da cidade. Este local, onde hoje se encontra a Igreja Matriz, na Praça 21 de Abril, é considerado o marco zero de desenvolvimento do município, constituído pela lei nº 463, de 5 de dezembro de 1896, e instalado a 21 de abril de 1897.



CAPITAL DO ETANOL 


Considerada a capital mundial do setor sucroalcooleiro, Sertãozinho tem a cana de açúcar muito presente na sua história, tanto que o brasão da cidade a traz reproduzida, junto com o café. Em 1906, o fazendeiro Francisco Schmidt — imigrante alemão conhecido como o Rei do Café —, montou o Engenho Central de Sertãozinho impulsionando a economia local. Após seu falecimento, Maurílio Biagi adquiriu o engenho, que funcionou até meados de 1973 e em 2006 foi doado para criação do Museu da Cana. 


“Já fomos chamados de “berço do álcool”. A implantação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), em 1975, contribuiu para impulsionar a produção de bioenergia no país e tornou Sertãozinho conhecida como a capital do etanol. Muitos empreendedores enxergaram a necessidade de máquinas e equipamentos e investiram em oficinas e fábricas. A chegada de especialistas levou também ao desenvolvimento da área de formação de mão de obra qualificada para a indústria. Nasceu o CEISE Br, para dialogar com o Sindicato dos Metalúrgicos, e surgiu a ideia da Fenasucro & Agrocana, que este ano alcança a histórica 30ª edição. Ano passado, foram mais de 8,2 bilhões em negócios e quase mil marcas expostas”, enfatiza Paulo Garefa. 

 

POTENCIAL TURÍSTICO 


Desde 2015, com o estabelecimento de critérios para classificação das cidades em Municípios de Interesse Turístico – MIT e Estância Turística, através da Lei complementar estadual nº 1.261, Sertãozinho busca sua posição entre os destinos turísticos do estado e do país. Em 2019, a cidade ganhou o título de MIT e já ocupa a quarta posição no ranking.


“A concorrência é grande. São 140 MITs buscando a classificação como estância, mas Sertãozinho faz sua parte investindo, capacitando trade, participando de pesquisas do estado e atuando de forma colaborativa, através do Conselho Municipal de Turismo - COMTUR”, avalia Elziane Sandrim, presidente do COMTUR. 


Sertãozinho é famosa não só pelo turismo de negócios, mas também por sua beleza natural e atrativos históricos de uso público e caráter permanente, naturais, culturais ou artificiais. Entre eles estão o Parque Ecológico e de Lazer “Gustavo Simioni”, na represa da Usina São Geraldo, o Centro Municipal de Memória e Museu da Cidade e o Museu da Cana. O Turismo Religioso também se destaca. A cidade é ponto de partida de dois ramais do Caminho da Fé, o Sertãozinho a Tambaú, chamado Ramal padre Donizetti, com cerca de 141 km e o Ramal Sertãozinho a Aparecida, com 571 km. O Parque do Cristo Salvador (cartão postal da cidade), com mais de 56 metros de altura, é o ponto de partida para o Caminho da Fé e muitos peregrinos se hospedam no município. A cidade ainda sedia campeonatos esportivos, tanto em espaços públicos como privados e possui cervejarias premiadas nacionalmente. A OKTOBERSERT, além de feiras noturnas e inúmeras opções de bares e restaurantes são atrativos gastronômicos. 


“Temos um Plano Diretor de Turismo, aprovado e revisado a cada três anos, um COMTUR atuante e vocação turística. Considerando as melhorias nos equipamentos e serviços que Sertãozinho realizou, tanto pelo poder público como pela iniciativa privada, e também novos atrativos formatados, como o turismo de observação de aves, que levou a cidade a integrar o Guia de Observação de Aves do Estado de São Paulo, a esperança de nos tornarmos Estância Turística é grande”, conclui Elziane.

BOM LUGAR PARA INVESTIR 

 

“Sertãozinho tem a pujança como característica e não é à toa que, recentemente, foi classificada em um ranking de 10 melhores cidades do país para se investir. Nosso papel é preparar o município para que os moradores tenham qualidade de vida e para que a cidade continue se desenvolvendo economicamente e temos cumprido. A Estação de Tratamento de Esgoto começará a operar no próximo mês, tratando quase 100% do esgoto da cidade, investimos em modernidade e tecnologia para as nossas crianças nas escolas municipais, equipamos a Guarda Civil Metropolitana, foi o maior investimento já realizado na área da Segurança, para dar mais tranquilidade a todos e nunca uma prefeitura investiu tantos recursos em nossa Santa Casa”.

Dr. Wilson Pires, 
Prefeito de Sertãozinho

 

Informações 

População: 126.887 mil hab.

Área: 402,803 km²

PIB: R$ 7,1 bilhões

Distância da capital: 335 km

 

 

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