Unidos contra o mosquito

Unidos contra o mosquito

Ribeirão Preto registra 1.557 casos de dengue confirmados e nove mil suspeitos, além de quatro mortes em investigação. Prefeitura convoca população e iniciativa privada para combater o aedes aegypti

Em estado de alerta, Ribeirão Preto vê os números da dengue em uma curva ascendente. Em janeiro deste ano, foram confirmados 1.557 casos da doença e outros nove mil estão sendo investigados. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, aguarda os resultados dos exames do Instituto Adolfo Lutz para confirmar as causas da morte de quatro pessoas, com suspeitas de dengue. Em 2015, foram duas mortes ao longo do ano.

Os números constam no Boletim Epidemiológico Mensal da Secretaria da Saúde, divulgado no dia 15 de fevereiro pela Prefeitura de Ribeirão Preto. Com 475 pessoas contaminadas, a região Oeste continua concentrando o maior número de confirmações. Em seguida, vem a região Leste (386 casos confirmados), 296 na Norte, 237 na Central e 160 na região Sul. 

Segundo o secretário da Saúde, Stenio Miranda, esses dados são os que foram consolidados até o dia 31 de janeiro. “Pode haver alguma correção no próximo mês porque ainda há alguns casos em avaliação”, estima o secretário. No mesmo período, o município registrou 430 casos suspeitos e 11 confirmados de zika, sendo que, desste número, 140 gestantes apresentaram manchas avermelhadas pelo corpo. O secretário aponta que não foram notificados casos de microcefalia no mês e nem casos relacionados à infecção pelo zika vírus.  Em relação à chikungynia, no período, foram notificados 21 casos suspeitos, sem nenhuma confirmação até o momento.

Diante do aumento de casos suspeitos de zika e das dificuldades de diagnóstico seguro, a Prefeitura estuda recorrer à Organização Mundial da Saúde (OMS) para poder saber como lidar com a situação com precisão e ter um panorama real da doença na cidade. Durante a coletiva de apresentação do boletim epidemiológico, no dia 15 de fevereiro, o secretário Stenio sugeriu que o município acione o Governo Federal para que consiga, junto à OMS, maneiras mais rápidas e mais baratas para a detecção do zika vírus.

Atualmente, apenas o Instituto Adolfo Lutz faz o exame RT-PCR, necessário para confirmação da doença, porém, segundo Stenio, esse é um processo muito caro e complexo. “Até lá, a nossa expectativa é que as universidades brasileiras consigam desenvolver algum método mais simples e barato. O município precisda ter essas informações com mais antecedência para saber qual caminho seguir e nos prepararmos melhor”, afirmou o secretário.
Além dos casos já confirmados da doença, existe a suspeita de mais de 400 pessoas infectadas com o vírus. Em gestantes, ele pode contaminar o bebê, que nascerá com microcefalia, ou seja, com o cérebro menor. A zika também pode acarretar cegueira e problemas na fala. A gestante deve estar atenta a outras infecções, especialmente no primeiro trimestre da gravidez, que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. Toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus são alguns exemplos. Abuso de álcool ou drogas na gestação também podem causar microcefalia no feto.  

Canteiro de obras em alerta

Sensibilizados com a importância de conscientizar a população para os riscos que o Aedes aegypti representa à saúde, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) lançou uma campanha de conscientização nos canteiros de obras contra a proliferação do mosquito. A iniciativa, que conta com apoio do Serviço Social da Construção (Seconci), impactará diretamente mais de 17.400 trabalhadores formais do setor em Ribeirão Preto. 

Com apoio de profissionais de saúde, foram organizadas palestras de orientação, divulgação de vídeos educativos e material impresso, como cartazes e folhetos, com dicas de medidas de prevenção. Todo o material está sendo distribuído nos canteiros de obras das empresas associadas ao Sindicato. O material de divulgação está disponível no site do SindusCon-SP para download e reutilização em todo território nacional.

Paralelamente, o SindusCon-SP também tem discutido o assunto com representantes de outros órgãos representativos do setor, com a Força Sindical e a Defesa Civil no Estado de São Paulo. O objetivo é capacitar o maior número possível de agentes multiplicadores para a identificação de potenciais focos do mosquito.

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